Teste de ELISA (Imunoenzimático): como é feito, quais doenças detecta e quais os tipos?
O teste de ELISA, que vem do inglês “Enzyme Liked Immunosorbent Assay” (Ensaio de Imunoabsorção Enzimática), permite a detecção de antígenos (Ag) e anticorpos (Ac) através de reações enzimáticas, por isso, se diz um teste imunoenzimático.
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Qual o princípio do teste de ELISA? Como funciona?
Esse teste tem o princípio de unir a sensibilidade de uma ligação Ag/Ac com a sensibilidade de uma reação enzimática.
É usada uma base (placa) sólida com 96 poços em que, por ligações hidrofóbicas, antígenos e anticorpos irão se ligar.
E, para que esse teste funcione, uma enzima é ligada covalentemente a um antígeno ou a um anticorpo que reconhece o alvo (Ag ou Ac) pesquisado. Se esse reconhecimento for feito, a enzima irá reagir com um substrato que levará a oxidação de um cromógeno incolor, que apresentará coloração dependendo da concentração do antígeno ou do anticorpo pesquisado.
Fonte: http://starlabrasil.com.br/services/teste-de-elisa/
O teste de ELISA detecta quais doenças?
O teste é usado para diversos testes em um laboratório, como para detectar doenças autoimunes (ex.: Artrite Reumatoide), alergias, patologias que desencadeiam produção de imunoglobulinas, doenças infectocontagiosas (ex.: Doença de Chagas, HIV), dosagem de hormônios (ex.: teste de gravidez, T3, T4, testosterona, estradiol e progesterona), marcadores tumorais e proteínas séricas, doenças virais, doenças bacterianas e de protozoários (ex.: Rubéola, Toxoplasmose e Herpes).
E para atender essas diversas funções, tem-se diversos tipos de teste.
Quais os tipos de teste de ELISA?
O teste de ELISA tem 4 tipos principais: ELISA direto, ELISA indireto, ELISA sanduíche e ELISA de competição.
O ELISA direto é quando o alvo é um antígeno ligado à placa, e um anticorpo primário conjugado a um emissor de cor é colocado diretamente ao alvo, e é um tipo pouco usado.
Já o ELISA indireto é mais usado e é bem parecido com o direto. Tem também como alvo um antígeno, porém é detectado em 2 passos – primeiro um anticorpo primário é ligado ao antígeno e depois um anticorpo secundário é ligado novamente (um anti-anticorpo), e então detecta-se esse anticorpo secundário.
Há um tipo, que é menos comum, que é o ELISA de competição. Esse método pode detectar um antígeno com baixo peso molecular ou com poucos epítopos de ligação. Utiliza um antígeno marcado para competir com o antígeno alvo, então, o antígeno marcado se liga menos quanto tem menos antígenos alvos na amostra.
E entre os 4 tipos, existe um tipo que é o mais comum, o ELISA sanduíche. Esse tipo é realizado em alguns passos – primeiramente, anticorpos de captura são ligados ao fundo da placa, para evitar que nenhum outro anticorpo interfira na reação com os antígenos alvo que possivelmente estarão presentes na amostra. E então, são adicionados anticorpos conjugados à enzima para que façam o reconhecimento do antígeno.
Fonte: https://www.pensabio.com.br/single-post/2019/03/21/Conheca-os-diferentes-tipos-de-ELISA
Como é feito o teste de ELISA? Passo a passo.
Como há alguns tipos diferentes de teste de ELISA, também são diferentes as formas de realização.
– ELISA direto:
1. Um antígeno é adicionado à placa e se liga à sua superfície.
2. É feita uma lavagem para retirar os antígenos que não se ligaram.
3. A amostra a ser pesquisada é adicionada, e se tiver anticorpos contra o antígeno adicionado à placa, eles se ligarão.
4. Uma nova lavagem é feita para retirar os anticorpos que não se ligaram.
5. O cromógeno e o substrato são adicionados, e se o cromógeno for oxidado pela enzima, haverá formação de cor.
– ELISA indireto:
Esse método é bem semelhante ao direto, porém entre a segunda lavagem e a adição do cromógeno com o substrato, é adicionado o segundo anticorpo (o anti-anticorpo) e feita uma nova lavagem para retirar o que não se ligou.
-ELISA sanduíche:
1. Um anticorpo de captura é adicionado à placa e se liga à sua superfície.
2. É feita uma lavagem para retirar os anticorpos livres.
3. A amostra a ser pesquisada é adicionada com os antígenos alvo que se ligam aos anticorpos de captura nos poços, se esses antígenos forem presentes.
4. Uma nova lavagem é feita para retirar os antígenos não capturados.
5. Um conjugado específico para o antígeno alvo é adicionado.
6. Mais uma lavagem é feita para retirar os conjugados que ficaram livres.
7. O cromógeno e no substrato são adicionados, e se o cromógeno for oxidado pela enzima, haverá formação de cor.
ELISA de competição:
1. Um anticorpo específico é adicionado à placa.
2. É feita uma lavagem para retirar os anticorpos que não se fixaram à placa.
3. A amostra a ser pesquisada com o antígeno alvo e uma solução contendo antígeno marcado são adicionados na placa.
4. Os antígenos competem e os que tiverem em maior concentração se ligarão mais aos anticorpos.
5. Uma nova lavagem é feita para retirar os antígenos não capturados.
6. O cromógeno e o substrato são adicionados, e se o cromógeno for oxidado pela enzima, haverá formação de cor.
Quais as vantagens e desvantagens do teste de ELISA?
O teste de ELISA tem mais vantagens do que desvantagens, como pode-se ver abaixo:
Vantagens:
• Teste de alta sensibilidade, detectando quantidades mínimas do alvo pesquisado, com isso tem menor risco de falso negativo;
• Teste com alta especificidade, com muita precisão no resultado daquilo que se pesquisa, com isso tem menor risco de falso positivo;
• Pode-se realizar o teste em várias amostras ao mesmo tempo;
• Teste rápido e simples de ser realizado;
• Tem um custo de baixo a médio em relação aos outros testes.
Desvantagens:
• Teste que necessita de mão de obra especializada;
• Alguns reagentes utilizados no teste são vulneráveis;
• Teste muito susceptível a erros mecânicos, como erro de pipetagem, variação no tempo de incubação e lavagem, e alterações nos reagentes.
Referências
https://pt.slideshare.net/labimuno/elisa-3454963
https://www.ufrgs.br/labvir/material/aulap10.pdf
MINOZZO, João Carlos et al . Teste imunoenzimático (enzyme-linked immunosorbent assay) para diagnóstico da cisitcercose bovina e estudo da cinética de produção de anticorpos contra-Cysticercus bovis. Cienc. Rural, Santa Maria , v. 34, n. 3, p. 857-864, June 2004 .
https://www.biomedicinapadrao.com.br/2010/05/elisa.html
https://www.pensabio.com.br/single-post/2019/03/21/Conheca-os-diferentes-tipos-de-ELISA
Autora
Júlia Scandalo– Biomédica, Especialista em Biomedicina Estética.
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