Reações de Imunoprecipitação: o que são, como são feitas e para que servem?

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Você sabe o que são reações de imunoprecipitação? Não se preocupe, pois neste artigo vamos explicar o que são, como são feitas e para que elas servem. Esperamos que aqui você possa encontrar as respostas para todas as suas dúvidas sobre este assunto. Caso você não encontre a resposta para a sua pergunta, escreva nos comentários.

Veja a seguir algumas das questões que serão respondidas neste artigo:

1) O que é imunoprecipitação?

2) O que caracteriza das reações de imunoprecipitação?

3) Como são feitas as reações de imunoprecipitação?

4) Para que servem as reações de imunoprecipitação?

Este artigo faz parte da série de textos sobre imunologia do IBAP Cursos. Boa leitura!

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O que é imunoprecipitação?

Toda manipulação laboratorial, seja automatizada ou não, é chamada de técnica. As técnicas podem ser imunológicas, hematológicas, bioquímicas, enfim, discriminadas de acordo com o setor que melhor se encaixam. Na técnica da imunoprecipitação, o objetivo é o isolamento de uma molécula de uma solução por sua ligação a um anticorpo, tornando o complexo antígeno-anticorpo insolúvel. Nesse ponto, pode ocorrer precipitação com um segundo anticorpo ou acoplamento do primeiro anticorpo a uma partícula insolúvel. Baseando-se em sua história, os primeiros registros foram feitos em 1897, onde Rudolf Kraus, em Viena, relatou a precipitação que ocorria pela interação de antígenos solúveis e seus antissoros correspondentes e, em 1905, Bechhold, na Alemanha, apresentou seus experimentos sobre imunoprecipitados em géis, dando continuidade à ideia inicial e tornando-a mais completa e atualizada.

 

O que caracteriza as reações de imunoprecipitação?

Já definido o princípio da técnica em questão, vale ressaltar que na maior parte dos procedimentos o anticorpo é preso a uma partícula de fase sólida (é comumente utilizado uma pérola de agarose) por acoplamento químico direto ou indireto. O acoplamento indireto pode ser realizado pela ligação de um anticorpo com um anticorpo anti-Ig de coelho ou por meio de outra proteína com afinidade específica pela porção Fc das moléculas de Ig, como a proteína A ou G de bactérias estafilocócicas. Logo depois que as partículas revestidas por anticorpos são incubadas com a solução de antígenos, as moléculas que não se ligaram são separadas do complexo partícula-anticorpo-antígeno por lavagem, parte essencial da técnica, aliás, como ela é popularmente conhecida na rotina laboratorial! Os antígenos são então soltos do anticorpo pela alteração de pH devido à redução de afinidade por ligação que a lavagem proporcionou. Os antígenos podem então ser analisados por técnicas químicas convencionais de acordo com a finalidade do exame

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Como são feitas as reações de imunoprecipitação?

Por ser uma técnica detalhista, deve ser respeitada cada fase de sua execução, como mostra a imagem abaixo. Também se torna interessante e didático o processo que pode ser visto a olho nu! Um determinado antígeno pode ser purificado a partir de uma mistura de antígenos no plasma ou em outras soluções pela adição de anticorpos específicos para o antígeno, que são acoplados a partículas insolúveis. Os antígenos que não foram ligados, então, são lavados e o antígeno desejado é recuperado por meio da alteração do pH ou da força iônica da solução, de forma que a afinidade da ligação anticorpo-antígeno diminua. Essa técnica pode ser usada como meio de purificação ou identificação de um antígeno. Antígenos purificados por imunoprecipitação são frequentemente analisados por eletroforese em gel.

eletroforese em gel antigeno anticorpo Reações de Imunoprecipitação

(Fonte: Imunologia: Celular e Molecular/ Abul K Abbas, Andrew H. Lichman, Shiv Pillai).

Para que servem as reações de imunoprecipitação?

Tanto testes rotineiros, quanto atuais e modernos, compactuam desse princípio estudado. As reações de imunoprecipitação são utilizadas em pacientes com suspeitas de gamopatias monoclonais e policlonais. Imunoglobulinas policlonais são distribuídas uniformemente através da fração gama-globulina depois da separação eletroforética. É utilizado também no diagnóstico sorológico de algumas patologias, como detecção de anticorpo e antígeno bacterianos (Meningite e sepse). A imagem abaixo reflete um exemplo simples da técnica de imunoprecipitação (antígeno x anticorpo – sendo um deles marcados com látex). O uso de partículas de látex aumenta a sensibilidade do método. Testes baseados neste princípio:
• – FERRITINA
• – HbA1c
• – IgE
• – PCR
• – PCR Ultra

anticorpo antigeno Reações de Imunoprecipitação

(Fonte: http://bioquimicaimunologica.blogspot.com/2014/10/tecnicas-de-imunoprecipitacao.html).

A formação de imunoprecipitados leva à diminuição da intensidade do feixe de luz incidente que atravessa a solução. A presença dos imunoprecipitados leva à turvação da reação (imunoturbidimetria).

Referências

IMUNOLOGIA: Celular e Molecular; Abbas, K. A.; Lichman, A. H.; Pillai S. Rio de Janeiro; Elsevier, 2008. Tradução de: Cellular and Molecular Immunology, 6th ed. [Tradução de Claudia Reali e outros].

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS DEPARTAMENTO DE BIOINTERAÇÃO TEIXEIRA, A.C.O.; Ferreira, M.A.S.V. e Marques, A.S.A. Detecção de Erwinia psidii via enriquecimento em extrato de folhas de goiabeira e imunodifusão radial dupla. Tropical Plant Patology, vol. 33, nº 3. Brasilia, Junho de 2008.

 

Autora

Thais Aguilhera Miranda

Biomédica, Especialista em Hematologia Clínica

 

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