Malária (Plasmodium): sintomas, tratamento, transmissão e prevenção

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Nesse texto vamos explicar um pouco sobre a malária. Aqui você vai poder conhecer o ciclo do Plasmodium, agente causador da malária. Além disso, vamos responder as principais dúvidas sobre a malária, como:

1) O que é malária?

2) Quais os agentes etiológicos da malária?

3) Quais os tipos de malária?

4) Como é o ciclo do Plasmodium?

5) Qual o vetor da malária?

6) Quem é o hospedeiro intermediário e definitivo da malária?

7) Quais os sintomas da malária?

8) Como é o tratamento da malária?

9) Como é a prevenção da malária?

10) Como ocorre a transmissão da malária?

11) Malária tem cura?

12) Como é feito o diagnóstico da malária?

13) Malária é a mesma coisa que febre amarela?

14) A anemia falciforme altera o ciclo da malária?

Esperamos que aqui você possa encontrar as respostas para todas as suas dúvidas sobre a malária e Plasmodium. Boa leitura!

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1. O que é malária?

Também conhecida como paludismo, febre palustre, maleita ou sezão, a malária é uma doença infecciosa que foi primeiramente citada na era pré-cristã. Ela é considerada, então, uma doença muito antiga. A malária é uma doença transmitida por fêmeas do mosquito do gênero Anopheles, em regiões tropicais e de alta umidade, tendo como agente etiológico protozoários do gênero Plasmodium. Ela é considerada um problema de saúde pública no mundo inteiro, tendo sua maior incidência na África.

2. Quais os agentes etiológicos da malária?

Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale são considerados os principais agentes etiológicos da malária. No Brasil, P. vivax é responsável pela maioria dos casos da doença e, ainda, P. ovale ocorre apenas em áreas restritas do continente africano.

3. Como é o ciclo biológico do Plasmodium?

O ciclo de vida do protozoário se inicia quando fêmeas do mosquito vetor sugam o sangue de uma pessoa infectada. No tubo intestinal do mosquito ocorre a lise de hemácias contendo gametócitos. Os gametócitos do protozoário são liberados e se desenvolvem em gametas feminino e masculino, acontecendo, assim, a fecundação e posterior formação do zigoto. Os zigotos formados se fixam na parede intestinal e se encistam, com um tempo de desenvolvimento entre 8 a 14 dias, formando milhares de esporozoítos através de um processo denominado esporogonia. Esses esporozoítos migram para a glândula salivar do mosquito e, no repasto sanguíneo do inseto são introduzidos no corpo do hospedeiro vertebrado, para assim darem continuidade ao ciclo vital da espécie.

Os esporozoítos migram para o fígado em até 30 minutos após atingirem a corrente sanguínea do ser humano, antes da atuação do sistema imune do hospedeiro. No hepatócito, iniciam um ciclo de divisão binária que dura entre 10 a 15 dias, onde são formados os merozoítos primários ou trofozoítos por um processo de esquizogonia. Posteriormente, ocorre a liberação dos trofozoítos na circulação e esses invadem os glóbulos vermelhos. Na invasão aos eritrócitos, há consequente formação de merozoítos secundários que invadirão novos eritrócitos, formando o ciclo sanguíneo da doença. Depois de algumas gerações de merozoítos sanguíneos, ocorre a diferenciação em estágios sexuados, os gametócitos, que não mais se dividem e que seguirão o seu desenvolvimento no mosquito vetor.

Nas infecções por P. vivax e P. ovale, alguns esporozoítos dão origem, após invadir os hepatócitos, a formas dormentes denominadas hipnozoítos (do grego hypos, sono). Estes hipnozoítos são responsáveis pelas recaídas tardias da doença, que ocorrem após períodos variáveis de incubação, em geral dentro de 45 a 90 dias, podendo prolongar-se por seis ou mais meses.

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Fonte: https://bityli.com/9YI2w

4. Qual o vetor da Malária?

Os vetores responsáveis pela transmissão natural da malária são insetos pertencentes à ordem Diptera. Todos são da família Culicidae e do gênero Anopheles. São popularmente conhecidos como mosquito – prego.

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Fonte: https://bityli.com/miSG6

5. Quem é o hospedeiro intermediário e definitivo da Malária?

O hospedeiro definitivo das espécies de Plasmodium é o mosquito do gênero Anopheles, já que a fase sexuada do ciclo de vida desse parasita ocorre no mosquito. Por outro lado, o ser humano atua como hospedeiro intermediário, uma vez que é no hospedeiro vertebrado que ocorre o ciclo assexuado do parasita.

6. Quais os sintomas da malária?

Durante a fase hepática o indivíduo não manifesta nenhum sintoma, sendo que o período de incubação da doença leva de 12 a 18 dias dependendo da espécie parasitária. A manifestação clínica começa a partir do ciclo sanguíneo.

– Fase sintomática inicial: mal-estar, cefaleia, cansaço e mialgia. Geralmente precede a clássica febre da malária.

– Ataque paroxístico agudo (acesso malárico): período de calafrio e sudorese, que dura de 15 minutos a uma hora, seguido por uma fase febril, com temperatura corpórea podendo atingir 41°C ou mais. Após um período de duas a seis horas, ocorre diminuição da febre e o paciente apresenta sudorese e fraqueza intensa.

Após a fase inicial, a febre assume um caráter intermitente relacionado com o tempo de ruptura das hemácias.

Característica do padrão de intervalo febril por espécie de Plasmodium:

P. falciparum, P. vivax e P. ovale – 48 h

Plasmodium malariae – 72 h

– Remissão: caracteriza-se pelo declínio da temperatura, sendo que novos episódios de febre podem acontecer em um mesmo dia ou com intervalos variáveis.

– Malária grave: adultos não imunes, bem como crianças e gestantes, podem apresentar manifestações mais graves da infecção, podendo ser fatal. A hipoglicemia, o aparecimento de convulsões, vômitos repetidos, icterícia e distúrbios da consciência são indicadores de pior prognóstico e podem preceder formas clínicas de malária grave e complicada. Essas formas são caracterizadas pelos seguintes sintomas: malária cerebral, insuficiência renal aguda, edema pulmonar agudo, hipoglicemia, icterícia, hemoglobinúria. Esses quadros estão relacionados com parasitemia elevada.

– Recaídas: das espécies de Plasmodium que afetam o ser humano, apenas o P. vivax e o P. ovale têm hipnozoítos, a forma do parasito que se mantém dormente no fígado e é responsável pelas recaídas. Dessa maneira, uma única picada de mosquito infectado pode causar vários episódios de malária subsequentes.

7. Como é feito o diagnóstico da malária?

O diagnóstico de certeza da infecção malárica só e possível pela demonstração do parasito, ou de antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o diagnóstico dos pacientes seja por meio de exames parasitológicos por microscopia ou de testes rápidos de diagnósticos. Além disso, testes de biologia molecular que detectam o material genético do parasita em amostras biológicas também podem ser utilizados. O diagnóstico precoce é essencial para o bom prognóstico do paciente.

– Gota espessa: É o método oficialmente adotado no Brasil para o diagnóstico da malária. Ele se baseia na visualização do parasito por meio de microscopia óptica, após coloração com corante vital. Com o método da gota espessa é possível diferenciar especificamente os parasitos a partir de análise morfológica e dos estágios de desenvolvimento encontrados no sangue periférico.

– Método do esfregaço: Possui baixa sensibilidade, mas permite, com mais facilidade, a diferenciação específica dos parasitos. A visualização de todos os estágios de desenvolvimento de ciclo sanguíneo na gota espessa sugere P. vivax, P. malariae ou P. ovale.

– Testes rápidos: Testes imunocromatográficos que permitem a detecção de anticorpos produzidos pelo hospedeiro.

Testes moleculares: A técnica molecular mais utilizada para o diagnóstico da malária é a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR).

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Fonte: https://bityli.com/P6bTM.

8. Como é o tratamento da malária?

O objetivo desse tratamento é curar tanto a forma sanguínea quanto a hepática, e assim prevenir recrudescência e recaída da doença. Para isso usa-se a combinação de dois medicamentos: cloroquina e primaquina. Apenas a primaquina tem atividade contra os hipnozoítos no Brasil. O tratamento com cloroquina se estende por 3 dias e, a primaquina é utilizada por 7 dias.

9. Como é a prevenção da malária?

– Medidas de proteção individual: evitar áreas de risco ao entardecer e logo ao amanhecer, uma vez que são horários propícios para o repasto sanguíneos desses insetos; utilizar repelentes; telar portas e janelas; dormir com mosquiteiros.

– Medidas de proteção coletiva: uso de inseticidas e larvicidas; evitar a formação de criadouros de mosquitos; formular ações de educação em saúde para a população.

10. Malária é a mesma coisa que febre amarela?

Não. Apesar de as duas doenças apresentarem sintomas semelhantes em certos momentos e, também, ambas serem transmitidas por mosquitos, a febre amarela tem como agente etiológico um vírus, ao passo que a malária é causada por um protozoário.

11.  A anemia falciforme altera o ciclo da malária?

Sim, uma vez que hemoglobinopatias como a anemia falciforme impedem a aderência do parasita ao eritrócito e, portanto, interferem no ciclo sanguíneo da doença. Esses pacientes são considerados resistentes naturais.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

https://agencia.fiocruz.br/mal%C3%A1ria

https://saude.gov.br/saude-de-a-z/malaria

https://www.fleury.com.br/manual-de-doencas/malaria

Autor

Marcela Fernandes da Matta

Biomédica, Mestranda em Ciências Fisiológicas

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