Filariose (Elefantíase): ciclo, sintomas, tratamento e prevenção

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FILARIOSE ELEFANTÍASE sintomas mosquito Culex quinquefasciatus Wuchereria Bancrofti filariose linfática

Neste artigo falaremos sobre a Filariose (Elefantíase), esclareceremos dúvidas sobre ciclo, sintomas, tratamento e prevenção. Também iremos responder as seguintes perguntas:

1. O que é filariose (elefantíase)?

2. Qual o nome do agente causador da filariose?

3. Quem é o hospedeiro definitivo e intermediário na filariose?

4. Existe algum vetor na filariose?

5. Como é o ciclo de vida da filariose?

6. Quais os sintomas da filariose?

-Sintomas de elefantíase no olho

-Sintomas de elefantíase no escroto

-Sintomas de elefantíase na perna

7. Como é feito o diagnóstico da filariose?

8. Qual o tratamento da filariose?

9. Filariose tem cura?

10. Filariose é contagiosa?

11. Como ocorre a transmissão da filariose?

12. Qual a forma de prevenção da filariose?

13. Filariose pode dar em cães ou outros animais?

Vamos lá?

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O que é a filariose (elefantíase)?

A Filariose, também conhecida como elefantíase é uma doença infecciosa causada pelo helminto nematoide Wuchereria Bancrofti. Possui como hospedeiro definitivo o ser humano e como hospedeiro intermediário o mosquito Culex quinquefasciatus, que por sua vez é o vetor e transmite a doença através da picada da fêmea do mosquito infectado com larvas do parasita. A doença parasitária é considerada crônica e é uma das maiores causas mundiais de incapacidades permanentes ou de longo prazo.

FILARIOSE ELEFANTÍASE sintomas mosquito Culex quinquefasciatus Wuchereria Bancrofti filariose linfática

FONTE: Guia de Vigilância Epidemiológica e Eliminação da Filariose Linfática (2009)

 

Ciclo de vida da filariose

Ao se alimentar do sangue da pessoa infectada, o vetor ingere microfilárias que, em poucas horas transformam-se em uma larva denominada L1 (salsichoide) ou larva de primeiro estadio. De 6 a 10 dias origina-se a L2 ou larva de segundo estadio. De 10 a 15 dias depois, a larva transforma-se em infectante (L3) ou larva de terceiro estadio, medindo aproximadamente 1,5 mm a 2 mm. Quando o inseto vetor faz novo repasto sanguíneo, as larvas L3 penetram pela pele do hospedeiro e migram para os vasos linfáticos. Meses depois as larvas amadurecem e se transformam em vermes adultos com sexos distintos. s fêmeas grávidas após fecundadas produzem microfilárias que migram para o sangue do hospedeiro vertebrado (figura 1).

FILARIOSE ELEFANTÍASEFILARIOSE ELEFANTÍASE sintomas mosquito Culex quinquefasciatus Wuchereria Bancrofti filariose linfática ciclo da filariose

FONTE: DREYER et al. (1997, p.351).

 

Sintomas da filariose

A manifestação clínica é considerada extensa, mas geralmente acomete os membros inferiores e a região escrotal. Os sintomas mais comuns são: edema nos membros, seios e bolsa escrotal, aumento do testículo (hidrocele) e crescimento ou inchaço exagerado dos membros, seios e bolsa escrotal. O indivíduo também pode manifestar febre, dor de cabeça, calafrio e náusea.

Além disso, os sintomas podem estar relacionados ao desenvolvimento das larvas causadoras da doença e também do local onde se alojaram os vermes adultos, podendo variar desde ausência de sintomas, até quadros graves e incapacitantes, muitas vezes permanentes. Infecções bacterianas ou fúngicas podem agravar o quadro e aumentar com a idade e lesões crônicas.

FILARIOSE ELEFANTÍASE sintomas mosquito Culex quinquefasciatus Wuchereria Bancrofti filariose linfática

FONTE: DREYER et al (1997, p.351)

 

Diagnóstico da filariose

Como na filariose os quadros variam de indivíduos assintomáticos até o surgimento de alterações que podem ser comuns em outras enfermidades, o diagnóstico deve ser bem específico e detalhado, para descartar a hipótese de outras doenças.

Além disso, o diagnóstico deve ser confirmado com recursos auxiliares, como por exemplo a história clínica, epidemiológica, exames laboratoriais e por imagem. Os testes laboratoriais que comprovam a presença do verme parasita causador da doença são: exame direto em lâmina, hematoscopia positiva, testes imunológicos e ultrassonografia.

 

A filariose tem cura? Qual o tratamento?

O tratamento depende dos aspectos clínicos. Acredita-se que, quando diagnosticada no início, a filariose tem cura. Já a elefantíase não, apenas tratamento ou cirurgia para atenuar os inchaços. Para as formas crônicas sem a presença de infecção ativa, não é indicado o tratamento com o antifilarial. Mas, para os casos em que o parasita é detectado, indica-se o tratamento antifilarial. O medicamento indicado é a Dietilcarbamazina (50mg). Sua administração é por via oral. A droga é de rápida absorção, baixa toxicidade e tem efeito micro e macro filaricida.

 

Transmissão da filariose

A filariose não é contagiosa. Sua transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito vetor infectado com larvas do parasita. Após a penetração na pele, as larvas infectadas migram para os linfonodos, onde se desenvolvem até atingir a sua maturidade. Após isso, os sexos são diferenciados e se reproduzem habitando a corrente sanguínea. O mosquito se contamina ao picar as pessoas infectadas, iniciando um novo ciclo de transmissão.

 

Prevenção da filariose

O primeiro passo é o tratamento das pessoas infectadas. Assim, as microfilárias presentes no organismo são eliminadas, impedindo que a doença seja transmitida. Com o objetivo de evitar o contato com o mosquito vetor ou eliminá-lo, medidas de proteção individual também devem ser adotadas, como o uso de repelentes, inseticidas, mosquiteiros, janelas, portas teladas e evitar locais endêmicos.

 

Cães ou outros animais podem contrair a filariose?

Sim. É uma doença chamada de dirofilariose e é causada pelo verme Dirofilaria immitis. Essa doença em cães, lobos e raposas é conhecida como “verme do coração” e tem caráter parasitário. Isso porque o parasita da doença se aloja e se reproduz no coração.

Os animais são infectados através da picada de um mosquito infectado. No início, os sintomas podem ser confundidos com outras doenças e isso torna difícil o diagnóstico precoce. Geralmente, a doença é diagnosticada quando o estágio já está bastante avançado, dificultando muito o tratamento. Gatos e humanos também podem ser atingidos, mas a incidência é bem menor.

 

REFERÊNCIAS

BRASIL. Agência de Notícias de Direitos Animais – ANDA. Como saber se meu cachorro tem filariose? 2014. Disponível em: <https://anda.jusbrasil.com.br/noticias/118683973/como-saber-se-meu-cachorro-tem-filariose>. Acesso em: 29 jun. 2020;

BRASIL. Ministério da Saúde. Filariose Linfática (Elefantíase): causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção 2020. Disponível em: <https://saude.gov.br/saude-de-a-z/filariose-linfatica>. Acesso em: 29 jun. 2020;

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica e Eliminação da Filariose Linfática 2009. Disponível em: <http://dive.sc.gov.br/conteudos/agravos/publicacoes/guia_vigilancia_filariose_linfatica.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2020;

BRITO, A.C. et al. Prevalência da filariose canina causada por Dirofilaria immitis e Dipetalonema reconditum em Maceió, Alagoas, Brasil. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 6, nov./dez. 2001;

DREYER, G.;COELHO, G. Filariose linfática: doença potencialmente eliminável. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 13, n. 3, jul/set. 1997;

FONTES, G.;ROCHA, E.M.M. Wuchereria bancrofti – Filariose linfática. Parasitologia Humana. 13 ed. São Paulo: Editora Atheneu – Brasil, 2016. p. 347-357;

ROCHA, E.M.M.;FONTES, G. Filariose bancroftiana no Brasil. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 32,  n. 1, fev. 1998.

Autora

Mayana Alves Cotrim

Biomédica Especialista em Estética

 

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