Zika e Guillain Barré – Fique por Dentro da Relação

Durante muitos anos o Brasil vem sofrendo com uma vasta epidemia de dengue, que ceifa vidas e deixa muitas pessoas doentes por todo o país. A presença constante da doença acontece devido à quase onipotência do mosquito transmissor do vírus, o Aedes aegypti.
O mosquito proveniente da África subsaariana durante a época da escravatura no Brasil, se adaptou muito bem no Brasil e atualmente é responsável por espalhar três vírus nocivos ao ser humano: vírus da dengue; vírus da Chikungunya; e o Zika vírus. O último ficou famoso recentemente devido aos casos de microcefalia em bebês e de uma possível associação com a manifestação da Síndrome de Guillain Barré, que provoca desde fraqueza à paralisia por todo o corpo.
A relação entre as duas doenças
A possível correlação das doenças, no caso do Zika e do Guillain Barré, ocorre justamente devido ao histórico de dengue no país. Para explanar essa lógica precisamos entender o círculo de transmissão do vírus:
O Aedes aegypti pica um hospedeiro contaminado, contrai o vírus e assim que pica uma nova pessoa que passa a sofrer com os sintomas da doença. Em primeira instância o vírus se desenvolve em um animal, como foi a H1N1 com os porcos. O mosquito pica esse animal e passa o vírus para ser humano. Porém, por causa da situação do país isso já acontece de pessoa para pessoa.
Devido à alta transmissão da doença no país o vírus acaba sofrendo mutações, ou seja, existem diversos tipos de vírus da dengue em circulação no país. Por causa disso a resposta imune que fazemos sobre um tipo de dengue não nos protege contra os outros. Isso é chamado de infecção secundária, provocando o que os médicos chamam de síndrome do choque da dengue, que é o retorno da doença com os sintomas mais agravantes do que o da primeira infecção.
Por serem transmitidos pelo mesmo mosquito o vírus da dengue e do zika acabam tendo características semelhantes, incluindo sintomas. Por causa disso quando uma pessoa que já sofreu com a dengue acaba contraindo o Zika o corpo reconhece o novo vírus como se fosse uma recontaminação de dengue, então ocorre uma resposta autoimune que piora a doença. No caso do Zika, o sistema imunológico ataca por engano a bainha de mielina, membrana que reveste nossas fibras nervosas, provocando assim a Síndrome de Guillain Barré.
Os sintomas da Síndrome de Guillian Barré
Os primeiros sintomas da Síndrome de Guillain Barré são fraqueza, náuseas e formigamentos nas extremidades do corpo – braços e pernas. Como os nervos são responsáveis por controlar o corpo a pessoa diagnosticada com a síndrome pode perder o controle dos movimentos e das funções motoras.
As complicações podem ser estendidas com esses sintomas:
- Problemas cardiorrespiratórios: Parada cardíaca e respiratória;
- Dor: Por atacar os nervos algumas das pessoas diagnosticadas com Guillain Barré podem sentir dores intensas, que podem ser aliviadas com medicamentos;
- Formação de trombos: A paralisação pode promover a formação de trombos. O melhor tratamento para isso seria andar e movimentar o corpo, mas devido ao diagnóstico o tratamento seria usar meias que melhorem a coagulação conforme o paciente ingere trombolíticos;
- Feridas de pressão: Outro problema de quem tem o corpo paralisado é o desenvolvimento de feridas de pressão, necessitando a mudança de posição para evitar o desenvolvimento de hematomas, caroços e afins.
Aproximadamente 5% dos pacientes com Guillain Barré podem acabar sofrendo com uma possível recaída dos sintomas. Raramente uma pessoa morre devido à doença, que normalmente estaria relacionada a problemas respiratórios e no coração, mas mesmo com pouco risco de falecimento a doença em seu estado mais grave pode provocar complicações a longo prazo.
Quer saber mais sobre o Zika vírus?
Assista ao vídeo abaixo.