O que é sepse, quais os sinais e sintomas e como ela pode ocorrer?

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A sepse é uma das principais causas de morte no mundo. Ela é definida como uma resposta sistêmica a uma infecção, que pode ser provocada por fungos, protozoários, bactérias ou vírus. A seguir vamos entender mais sobre a sepse classificando seus diferentes tipos, sintomas e sua gravidade.

 

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O que é sepse?

A sepse se refere a um conjunto de manifestações graves no organismo, produzidas por uma infecção. Pode-se dizer que ela é uma resposta inflamatória desregulada para combater o microrganismo invasor; nesse caso o sistema imunológico libera mediadores químicos que propagam a inflamação pelo organismo. A doença normalmente ocorre a partir de um foco infeccioso existente localizado, por exemplo, nos tratos urinários, respiratório ou entérico, assim como na pele.

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(Fonte: http://www.blog.saude.gov.br)

Quais os tipos de sepse?

A sepse pode ser classificada em:
Sepse: síndrome da resposta inflamatória sistêmica a processo infeccioso ou suspeito, causando a presença de: febre, frequência cardíaca elevada, falta de ar etc. Sem a necessidade de identificar o agente infeccioso.

Sepse grave: presença dos sintomas da sepse associada à perda de função de um ou demais órgãos.

Choque séptico: falência circulatória aguda e hipotensão arterial, não há resposta a medicamentos.

O que é septicemia?

Septicemia é o nome antigo da doença. A sepse antigamente era conhecida como infecção sanguínea ou septicemia.

O que é choque séptico?

No choque séptico ocorre uma grave queda da pressão arterial e posteriormente a falência múltipla de órgãos. Esse é o estado mais grave da sepse e existe mais chances de morte.

O que é choque séptico refratário?

No choque refratário, o choque persiste apesar do uso de medicamentos e da manutenção da homeostase metabólica e hormonal.

Qual a relação entre infecção generalizada e sepse?

A sepse é conhecida hoje em dia como infecção generalizada, mas isso não significa que existe uma infecção por todo o organismo. A infecção pode estar localizada em somente um órgão, mas o organismo provoca uma resposta desregulada na tentativa de combater o agente infeccioso.

Quais os sinais e sintomas da sepse?

Alguns dos sintomas podem ser diferentes em cada caso clínico, mas normalmente estão presentes os sintomas: febre, taquicardia, falta de ar e confusão mental. Alguns dos sinais podem ser: alterações na contagem de leucócitos e baixo número de plaquetas.

O que é sepse neonatal?

A sepse neonatal pode ser subdividida em precoce ou tardia. Na sepse neonatal precoce, ela ocorre logo na primeira semana do nascimento; nesse tipo, as condições de risco para o desenvolvimento da doença partem da mãe, como a colonização de algumas bactérias ou infecção do trato urinário. A sepse neonatal tardia pode ocorrer pelo uso de cateteres, procedimentos invasivos, rompimento de barreiras naturais como a pele e mucosas, uso de antibióticos por longo prazo etc.

O que é sepse tardia?

Na sepse tardia os sintomas se iniciam após sete dias até 28 dias de vida do recém-nascido. Alguns dos fatores que contribuem para o aparecimento da doença são: baixo peso ao nascer, duração da gestação, tipo de gravidez, local do nascimento.

Sepse é grave e pode matar?

A sepse é uma doença muito grave, ela deve sempre ser diagnosticada rapidamente, pois a evolução dela para o óbito é muito rápida. A identificação da sepse por profissionais de saúde é um pouco complicada, pois os sinais e sintomas podem ser confundidos com outras doenças, e, muitas vezes passam despercebidas. Muitos casos de identificação tardia da sepse evoluem a óbito, pois ocorre a evolução da sepse para o choque séptico, não havendo mais tempo para tratamentos.

Como é feito o diagnóstico da sepse?

O diagnóstico deve ser direcionado para combater a doença inicial que originou a sepse. São realizados alguns exames para esclarecer o diagnóstico como: hemocultura, hemograma, urocultura, exames de imagem (ultrassonografia, raio X, tomografia). Profissionais da saúde devem sempre seguir protocolos da sepse, assim a sepse será diagnosticada de forma mais rápida.

Sepse tem cura?

A sepse tem cura quando existe uma identificação precoce da doença, e assim pode ser administrado o tratamento adequado. Mas para que isso ocorra, os profissionais de saúde devem estar treinados e seguirem os protocolos de sepse. Na maioria dos casos os tratamentos são feitos à base de antibióticos para combater o agente infeccioso, também são utilizados vasopressores para controle da pressão arterial, ventilação mecânica, uso de corticoides etc.

O que é septicemia fulminante

Quando existe uma septicemia desencadeada por alguma bactéria e existe lentidão do resultado de culturas, gerando assim uma dificuldade para a escolha de um antibiótico eficiente, ocorre uma rápida evolução clínica da sepse, acarretando o comprometimento do organismo diante da infecção generalizada, sendo assim uma septicemia fulminante; a septicemia fulminante também ocorre nos casos de infecção por outros microrganismos, quando não existe eficácia no tratamento sugerido .

Qual o tratamento para a sepse?

Como o diagnóstico, o tratamento deve ser precoce. No tratamento são administrados antibióticos que possuem grande eficácia contra a maior parte das bactérias, mesmo sem ainda identificar a bactéria causadora da infecção. Após o resultado dos exames de cultura bacteriana, os antibióticos podem ser alterados. Antibióticos não surtem efeitos em sepses provocadas por fungos ou outro microrganismo. Também são administrados medicamentos vasopressores para estabilizar a pressão arterial. Existem casos em que é necessária a utilização da hemodiálise e de ventilação mecânica. Cada caso, dependendo da sua evolução, recebe um tipo de tratamento específico. Na sepse, conforme o comprometimento sistêmico avança, aumentam a chances de o paciente não sobreviver ao tratamento.

Quais microrganismos podem causar sepse?

Os microrganismos que normalmente acarretam um foco de infecção e, posteriormente essa infecção acaba desencadeando a sepse são: bactérias, fungos, vírus ou protozoários. Na maior parte dos casos, as sepses são desencadeadas por uma infecção bacteriana; bactérias Gram-negativas, assim como Gram-positivas causam diversas infecções generalizadas. Existem casos de multirresistência bacteriana que aumentam a incidência da sepse, dificultando um tratamento eficaz.

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(Fonte: https://www.ecdc.europa.eu)

 

A sepse ainda é uma doença desconhecida. Muitos profissionais não possuem treinamentos adequados e desconhecem sobre os protocolos a serem seguidos. Ainda existem limitações em algumas instituições do Brasil, os procedimentos são inadequados e medidas de tratamento que devem ser tomadas, normalmente não são feitas a tempo, levando a perda de pacientes. Mais estudos científicos sobre a sepse, trariam maior conhecimento sobre a doença. A divulgação e treinamento sobre a doença para profissionais de saúde são essenciais para que os vários casos de óbitos possam ser controlados futuramente.

Referências

Carvalho RH, Vieira JF, Gontijo-Filho PP, Ribas RM. Sepse, sepse grave e choque séptico: aspectos clínicos, epidemiológicos e prognóstico em pacientes de Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Universitário. Rev Soc Bras Med Trop. 2010;43(5):591-3.

de Cássia Silveira, Rita; Procianoy, Renato S. Uma revisão atual sobre sepse neonatal. Boletim Científico de Pediatria-Vol, v. 1, n. 1, 2012.

Guilarde AO, Turchi MD, Martelli CMT. Bacteremias em pacientes internados em hospital universitário. Rev Assoc Med Bras. 2007;53(1):34-8.

http://www.blog.saude.gov.br

Instituto Latino-Americano para Estudos da Sepse. Sepse: um problema de saúde pública. Brasília; 2015 [acesso 02 abr 2018]. Disponível em: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/upload/ Livro-ILAS (Sepse-CFM-ILAS).pdf.

Miura, Ernani; Silveira, Rita de Cássia; Procianoy, Renato S. Sepse neonatal: diagnóstico e tratamento. J Pediatr (Rio J), v. 75, n. Supl 1, p. S57-62, 1999.

Autora

Mariana Domingos Elizeu – Biomédica

 

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