Quais exames laboratoriais são realizados para detectar problemas no fígado?

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Dentro do funcionamento fisiológico do corpo, o fígado é um dos mais importantes órgãos, desempenhando funções vitais. Tanto é que as doenças hepáticas estão entre as 5 que mais matam no mundo. Por isso, entender a função das enzimas hepáticas, bem como os exames laboratoriais utilizados para detectar problemas no fígado é muito importante para os profissionais da saúde.

 

Principais exames laboratoriais realizados para avaliação de problemas no fígado

De forma geral, o perfil hepático se utiliza de diferentes exames. Estes têm objetivos variados e podem ser classificados como:

– Testes para avaliação de lesões hepatocelulares, de destruição de hepatócitos;

– Testes para avaliação da função de síntese do fígado;

– Testes de avaliação de complicações e estágios de cirrose;

– Testes para avaliação do fluxo biliar e lesão de suas vias;

– Testes para investigação de doenças hepáticas;

Todos os exames que se baseiam no perfil hepático, de uma forma ou de outra, se enquadram nestas categorias.

No geral, estes exames são baseados na leitura das quantidades de enzimas hepáticas, que são indicadores de anomalias.

Por isso, ao falarmos dos exames de perfil hepático, é fundamental entender quais são as enzimas hepáticas e quais os marcadores que elas nos mostram!

Principais enzimas hepáticas utilizadas para avaliar problemas no fígado

Dentre as enzimas hepáticas que podem ser avaliadas nos exames laboratoriais, algumas são mais precisas e importantes do que outras. Mas cada caso, dentro das necessidades e individualidades de cada paciente, precisa ser avaliado. Vamos às principais enzimas utilizadas para avaliação de problemas no fígado!

Alanina aminotransferase (ALT) e Aspartato aminotransferase (AST) X Problemas no Fígado

A alanina aminotransferase (ALT) é uma enzima liberada por células hepáticas lesionadas. Desta maneira, a sua mensuração através de exames, pode indicar lesões hepáticas. Elas são marcadores altamente importantes dentro do perfil hepático.

Níveis muito elevados, como > 500 UI/l, indicam quadros como necrose ou lesão hepatocelular. Estes quadros, de uma forma geral, são indicadores de doenças como:

– Hepatite isquêmica ou infarto hepático.

– Hepatite aguda viral.

– Hepatite induzida por toxina ou droga.

No organismo, há enzimas que podem permanecer por muitos dias e em casos mais agudos, como de hepatites virais, até mesmo por semanas.

O grau de elevação destas enzimas, pode não ser a forma mais eficiente de mensurar a gravidade de determinadas lesões. Desta maneira, medidas seriadas refletem de modo mais preciso a gravidade das mesmas.

O retorno da quantidade de enzimas, para valores normais, indica recuperação.

No caso da aspartato aminotransferase (AST), quando seus valores estão elevados, podem ser indicadores de algumas patologias, como:

– Exacerbação aguda de hepatite autoimune.

– Migração de cálculo biliar.

– Reativação de hepatite B crônica.

– Esteatose aguda da gravidez.

– Síndrome de Budd-Chiari aguda.

Desta maneira, estas são enzimas fundamentais para os testes da função hepática. Os testes que mensuram a quantidade de tais enzimas, são feitos a partir da coleta de sangue do paciente.

 Problemas no Fígado

Fosfatase alcalina x Problemas no Fígado

No caso da fosfatase alcalina, estamos tratando não de uma enzima sozinha, mas de uma família de enzimas. Estas, estão presentes em quase todos os tecidos. No caso específico das células hepáticas, ela é encontrada principalmente nos microvilos dos canalículos biliares e também na superfície sinusoidal das células hepáticas.

Em termos de interpretação de exames laboratoriais, é importante entender que o aumento da fosfatase alcalina hepática é um importante marcador de obstrução biliar. Neste caso, o acúmulo de sais biliares a solubilizam. Por sua vez, a obstrução promove a sua regurgitação entre as células do fígado e o sangue.

Já quando ocorre a elevação da fosfatase alcalina, mas não encontramos sinais clínicos ou laboratoriais que indiquem doença hepatobiliar, pode-se diferenciar entre as principais isoenzimas (hepática, óssea e intestinal) para encontrar de onde está originada tal alteração.

Bilirrubinas Total e Direta x Problemas no Fígado

A bilirrubina é o principal componente dos pigmentos da bile. Ela é o produto final da utilização da porção “heme” da hemoglobina, além de algumas outras hemoproteínas. A primeira bilirrubina que é produzida nessa cadeia de mecanismos, é chamada de bilirrubina indireta, mas que também é conhecida por bilirrubina não conjugada. Essa bilirrubina é exposta a um processo de conjugação e passa a ser bilirrubina direta, também conhecida como conjugada.

Estes termos, relacionados a bilirrubina, direta ou indireta, se referem ao método que foi criado para que estas fossem diferenciadas, criado por Van Den Bergh e Muller em 1916.

No caso da bilirrubina indireta, seu aumento é oriundo da degradação do heme ou então, de uma deficiência da conjugação no fígado.

Já no caso do aumento da bilirrubina direta, a sua principal causa acontece principalmente pela deficiência na eliminação da bilirrubina através dos mecanismos biliares.

Em ambos os casos, o aumento da bilirrubina pode ser causado por obstrução do fluxo de bile ou então, por lesão mais intensa das células hepáticas.

Desta maneira, a dosagem das bilirrubinas é um exame muito importante. Isso, pelo fato de que ele pode avaliar ao mesmo tempo, diferentes problemas da função hepática. Além da lesão hepatocelular, a dosagem das bilirrubinas também pode mensurar o fluxo biliar e a função de síntese do fígado. Isso dá à bilirrubina uma importante função dentro do perfil hepático.

Problemas no Fígado

Albumina x Problemas no Fígado

Neste teste, temos a mensuração da principal proteína que é sintetizada pelo fígado. Além disso, a albumina ainda é a principal proteína que circula pelo nosso organismo. Entre tantas funções que ela desempenha, uma das mais importante é o transporte de substâncias, incluindo até mesmo os medicamentos, pelo sangue.

Como são as células hepáticas que fazem a síntese desta proteína, reduções na quantidade da albumina no sangue podem indicar problemas hepáticos.

Porém, neste caso é importante avaliar o contexto geral, pois uma dieta com baixa ingestão proteica, também pode causar um quadro de baixa quantidade de albumina circulante.

A meia-vida da albumina é relativamente alta, tendo em média cerca de 20 dias. Nesse sentido, a redução da síntese pelas células hepáticas pode demorar vários dias para que haja uma manifestação laboratorial ou clínica.

No caso específico da cirrose, a redução da quantidade de albumina circulante, reflete basicamente, uma redução na síntese desta proteína por parte do fígado.

Dentro do perfil hepático, estes são os principais componentes que são avaliados para a construção de um diagnóstico laboratorial. Por isso, dentro de sua especificidade geral, cada exame deste tem uma enorme importância para o desdobramento do diagnóstico clínico. Cabe ao profissional da saúde, saber interpretar corretamente os níveis de cada enzima. Assim será possível criar o melhor e mais preciso diagnóstico!

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Referências

http://www.scielo.br/pdf/ape/v29n1/1982-0194-ape-29-01-0107.pdf

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