Exames Laboratoriais: 11 assuntos que você OBRIGATORIAMENTE deve saber!
A área de exames laboratoriais é extremamente fascinante. Porém também é muito complexa. Existem centenas, ou milhares de tipos de exames laboratoriais. Além de diversas classificações possíveis.
Mas fica tranquilo(a), pois neste artigo nós vamos trazer para você o que há de mais importante nessa área de exames laboratoriais. Hoje você vai descobrir quais são os 11 assuntos que você OBRIGATORIAMENTE deve saber sobre exames laboratoriais.
Neste texto, você encontrará respostas para as seguintes perguntas:
1) O que são Exames Laboratoriais?
2) Para quê servem os Exames Laboratoriais?
3) Quais os principais tipos de Exames Laboratoriais?
4) Siglas e Nomes de Exames Laboratoriais e seus Significados
5) Códigos de Exames Laboratoriais
6) Pedido de Exames Laboratoriais
7) Coleta de Exames Laboratoriais
8) Laudos de Exames Laboratoriais
9) Interpretação de Resultados de Exames Laboratoriais
10) Valores de Referência de Exames Laboratoriais
11) Preço de Exames Laboratoriais
Está preparado(a)? Então vamos lá!
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1) O que são Exames Laboratoriais?
Exames Laboratoriais são todos aqueles exames ou testes solicitados por médicos, ou outros profissionais da área da saúde, e realizados em Laboratórios de Análises Clínicas. Em geral, o objetivo principal é confirmar a suspeita de uma doença. Mas também são realizados exames de rotina, ou check-up.
2) Para quê servem os Exames Laboratoriais?
Como já citamos anteriormente, existem inúmeras finalidades para a solicitação de exames laboratoriais. Podemos citar:
– Prevenção de Doenças
– Formulação de Diagnóstico
– Acompanhamento de Paciente
– Acompanhamento de Tratamento
– Coleta de Dados Epidemiológicos
– Pesquisa Clínica de Medicamentos
Só aqui já dá para perceber como os exames laboratoriais são importantes, não é mesmo?
Mas para entendermos melhor a importância dos exames laboratoriais, bem como compreendermos a finalidade para a qual eles foram pedidos, precisamos conhecer quais são os tipos de exames laboratoriais.
3) Quais os principais tipos de Exames Laboratoriais?
Existem vários tipos de exames laboratoriais. Assim como também existem diversas classificações. Então aqui nós vamos citar os principais tipos, ok. Nos próximos tópicos nós vamos explicar melhor alguns deles.
Exames Laboratoriais: Sangue
Bioquímica
Ácido úrico, bilirrubina total e frações, colesterol total e frações, triglicerídeos, creatinina, fosfatase alcalina, glicose, curva glicêmica, potássio, sódio, AST, ALT, ureia, Gama GT, ácido ascórbico, ácido cítrico, enzimas, outros carboidratos, proteínas, amônia, drogas etc.
Hematologia
Tipagem sanguínea (grupos ABO, Fator Rh, D fraco), hemograma, hematócrito, prova do laço, coagulograma e fatores de coagulação, coombs direto e indireto, teste de hemolisina, pesquisa de hemácias fetais, hemoglobina fetal, tempo de sobrevida de hemácias.
Imunologia
Fator reumatoide, Proteína C Reativa, Toxoplasmose, Reação de Hemaglutinação, VDRL, Citomegalovírus, Rubéola, Hepatites, Toxoplasmose, antiestreptolisina, brucelose, Doença de Chagas, mononucleose, leishmaniose, schistossomose, PSA, HIV, amebíase, candidíase, histoplasmose, cisticercose, herpes
Microbiologia/Micologia
Hemocultura, antibiograma
Hormônios
FSH, Beta HCG, LH, T3 T4, TSH, Prolactina, Progesterona, estrógenos, Corticosteroides, serotonina, diabetes insípidus, aldosterona, hormônio placentário, renina, cortisol, glucagon, insulina, HGH, Testosterona, ACTH, Calcitonina
Exames Laboratoriais: Urina
Pesquisa de Elementos Anormais/Sedimentos, acidez/ácidos, fenilcetonúria, frutosúria, galactosúria, melanina, proteinúria de 24 horas, prova de diluição, prova de concentração
Exames Laboratoriais: Fezes
Pesquisa de larvas, pesquisa de oxiúros, pesquisa de sangue oculto nas fezes, exame parasitológico (ovos, fragmentos/partes etc), investigação de enzimas proteolíticas, estercobilinogênio, gordura fecal, prova de tripsina, acidez, prova de digestibilidade, pesquisa de ovos
Exames Laboratoriais: Escarro
Baciloscopia
Exames Laboratoriais: Secreção Vaginal
Exames Microbiológicos, Micológicos e Parasitológicos, Exame a Fresco
Exames Laboratoriais: Secreção Uretral
Exames Microbiológicos, Micológicos e Parasitológicos
Exames Laboratoriais: Líquido Cefalorraquidiano (Líquor)
Características físicas, contagem específica e global de células, reação de VDRL, látex, reação de Pandy, exame direto (fungos), eletroforese, cultura
Exames Laboratoriais: Esperma
Ácido cítrico, fosfatase ácida e alcalina, frutose, prova de progressão espermática, pesquisa de anticorpos antiespermatozoides, espermograma, teste de penetração
Exames Laboratoriais: Líquido Amniótico
Teste de Clements, dosagem de líquido amniótico, fosfolipídios
Exames Laboratoriais: Líquido Sinovial e Derrames
Pesquisa de Cristais, características físicas, contagem global e específica de células, glicose, proteínas, ácido úrico, prova do látex, bacterioscopia
Exames Laboratoriais: Suco Gástrico
Teste de gastroacidograma, teste de Hollander
4) Siglas e Nomes de Exames Laboratoriais e seus Significados
Você já deve ter percebido que existem centenas de exames laboratoriais, certo? E consequentemente também existem outras centenas de siglas nos nomes dos exames e seus resultados.
Então optamos por explicar as siglas do exame laboratorial mais solicitado pelos médicos. Nos próximos artigos vamos explicar também as siglas de outros exames laboratoriais. Começando pelos 13 tipos de exames laboratoriais mais frequentes em amostras de requisição de exames. Segundo levantamento realizado por CAPILHEIRA & SANTOS (2006). Ver tabela abaixo.
Fonte: Carpilheira & Santos, 2006.
Exame de Sangue – Hemograma
Aqui no Blog do IBAP Cursos, nós temos dois artigos diferentes sobre Hemograma: Hemograma – Agora chegou sua hora de aprender a interpretar esse exame de sangue!; e Hemograma: Descubra por que esse é o exame de sangue mais solicitado nos laboratórios). Então se você quiser aprofundar seus conhecimentos sobre esse exame, eu aconselho que depois de ler este texto, você acesse os outros dois sobre hemograma. Mas para facilitar o seu trabalho, aqui abaixo nós vamos resumir alguns pontos que você precisa saber sobre o hemograma.
O que é hemograma
O hemograma é um exame laboratorial de sangue feito em laboratórios de análises clinicas. Ele possibilita a contagem da quantidade de células presentes no sangue. Existem três tipos básicos de células, estas são:
– Glóbulos vermelhos = Responsáveis pelo transporte de oxigênio graças à hemoglobina;
– Glóbulos brancos = Células de defesa do organismo que ajudam no combate a infecções.
– Plaquetas = Participam da coagulação sanguínea.
Para que serve o Hemograma?
O hemograma serve para a mensuração dos valores das células sanguíneas. Frequentemente, ele é indicado pelo profissional de saúde com o intuito de verificar o estado de saúde geral de uma pessoa. Também serve para diagnosticar doenças e comprovar efeitos secundários de tratamentos.
Quando você receber o resultado de um hemograma, você poderá encontrar as muitas siglas!
Parâmetros Avaliados (Siglas e Significados)
Aqui neste tópico nós vamos abordar os parâmetros avaliados no hemograma, explicando o significado de cada uma das siglas deste exame de sangue. Mais para frente neste texto, nós vamos abordar os valores de referência e os significados clínicos dos parâmetros.
Eritrograma
RBC (Contagem de Hemácias – Eritrócitos) = indica o número de hemácias por volume de sangue.
HGB (Hemoglobina) = mede a quantidade de hemoglobina por volume de sangue. A hemoglobina é uma proteína presente dentro das hemácias. Uma das suas funções é o transporte de gases, como oxigênio e gás carbônico.
HCT (Hematócrito) = mede a porcentagem de volume que os glóbulos vermelhos ocupam no sangue. Ou seja, um hematócrito de 39 indica que 39% do sangue é composto por hemácias.
MCV (Volume Corpuscular Médio) = mostra o tamanho dos glóbulos vermelhos.
MCH (Hemoglobina Corpuscular Média) = quantidade média de Hemoglobina presente nas hemácias. Serve para identificar o tipo e causa da anemia.
MCHC (Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média) = quantidade de hemoglobina presente em um eritrócito médio.
RDW-CV (Amplitude de Distribuição dos Eritrócitos medido como Coeficiente de Variação); RDW-SD (o mesmo do anterior sendo medido como Desvio Padrão) = é uma medida que mostra se as células são todas iguais ou de tamanhos ou formas diferentes
RET% = Porcentagem de Reticulócitos; RET# = Contagem Absoluta de Reticulócitos = marcador de atividade de resposta medular, diferenciando anemias regenerativas das hiporregenerativas.
IRF (Fração de Reticulócitos Imaturos) = preditor precoce da recuperação hematopoiética pós transplante de medula óssea
Leucograma
WBC (Contagem de Glóbulos Brancos, ou Leucócitos) = indica o número de leucócitos, ou células brancas, por volume de sangue.
NEUT# (Contagem Absoluta de Neutrófilos) = indica o número de neutrófilos por volume de sangue.
NEUT% (Porcentagem de Neutrófilos) = indica a porcentagem de neutrófilos.
LYMPH# (Contagem Absoluta de Linfócitos) = indica o número de linfócitos por volume de sangue.
LYMPH% (Porcentagem de Linfócitos) = indica a porcentagem de linfócitos.
MONO# (Contagem Absoluta de Monócitos) = indica o número de monócitos por volume de sangue.
MONO% (Porcentagem de Monócitos) = indica a porcentagem de monócitos.
EO# (Contagem Absoluta de Eosinófilos) = indica o número de eosinófilos por volume de sangue.
EO% (Porcentagem de Eosinófilos) = indica a porcentagem de eosinófilos.
BASO# (Contagem Absoluta de Basófilos) = indica o número de basófilos por volume de sangue.
BASO% (Porcentagem de Basófilos) = indica a porcentagem de basófilos
NRBC # (Contagem Absoluta de Eritroblastos) = indica o número absoluto de eritroblastos a cada 100 leucócitos.
NRBC% (Porcentagem de Eritroblastos) = indica a porcentagem de eritroblastos. A presença é indicativa de hipoxemia e/ou infecção graves, quando são afastadas doenças hematológicas, câncer, insuficiência cardíaca congestiva, anemias, agudas e crônicas.
Plaquetograma
PLT-I (contagem de plaquetas por impedância);
PLT-O (contagem ótica de plaquetas) = número de plaquetas por volume de sangue,
MPV (Volume médio plaquetário) = representa a média dos volumes de todas as plaquetas contadas e avaliadas por impedância elétrica na maioria dos contadores automatizados.
P-LCR (percentual de plaquetas grandes).
PDW (amplitude de variação do tamanho das plaquetas).
PCT (plaquetócrito) = volume total de plaquetas por volume de sangue e está diretamente relacionado com a contagem de plaquetas e com seu volume.
Novos Parâmetros (aprovados pelo FDA)
IG (Contagem automatizada de Granulócitos Imaturos) = número de granulócitos imaturos por volume de sangue. A presença de granulócitos no sangue periférico indica uma resposta inicial a uma infeção, inflamação, ou a outro estímulo da medula óssea (com exceção do caso dos recém-nascidos e das grávidas).
IPF (Fração de plaquetas imaturas; contagem de plaquetas reticuladas) = mede a porcentagem de plaquetas jovens (reticuladas) no sangue. Pode ser usado para monitoramento da atividade trombocitopoietica da medula óssea.
RET-He (Conteúdo de Hemoglobina dos Reticulócitos) = mede a incorporação de ferro nos eritrócitos, auxiliando na avaliação e tratamento da anemia (ex. anemia ferropriva funcional).
5) Códigos de Exames Laboratoriais
Neste tópico é importante salientarmos que cada operadora de saúde, laboratório e hospital possui seu próprio sistema de códigos. Mas existe uma tabela elaborada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (Agência Reguladora de Planos de Saúde do Brasil). E no seu site você pode obter o extrato da tabela SUS de códigos e procedimentos. Você também pode consultar os valores dos exames laboratoriais, bem como de outros procedimentos (clique aqui para acessar).
Só para constar, o código do hemograma “completo” é 02.02.02.038-0, e o Valor Ambulatorial é de R$ 4,11 (veja imagem baixo).
6) Pedido de Exames Laboratoriais
Antes de prosseguirmos, aqui neste tópico é importante definirmos quais profissionais podem solicitar exames laboratoriais. São eles: Cirurgiões-dentistas, Enfermeiros, Farmacêuticos, Fisioterapeutas, Médicos e Nutricionistas.
É óbvio que cada um desses profissionais deve seguir a orientação dos seus respectivos conselhos de classe, bem como as diretrizes profissionais. Mas um ponto é comum a todos eles. Os exames laboratoriais complementares devem ser solicitados na medida certa. Ou seja, nem mais nem menos que o necessário! Mesmo que haja pressão dos planos de saúde.
A seguir nós compartilhamos uma imagem simulando um modelo de requisição de exames laboratoriais. Assim você pode compreender melhor como esses pedidos são realizados.
Fonte: Adaptado de https://www.hcor.com.br/area-medica/wp-content/uploads/sites/3/2017/04/RequisicaodeExamesLaboratoriais.pdf
7) Coleta de Exames Laboratoriais
Cada um dos exames laboratoriais citados acima vai demandar procedimentos específicos (Procedimentos Operacionais Padrão). Além disso, as orientações anteriores ao exame também podem variar entre os laboratórios. E para todos esses exames também existem determinadas orientações sobre biossegurança. Então este tema ficaria muito longo aqui. E fugiria do nosso objetivo. Assim optamos por escrever outro artigo. Aguarde que em breve vamos detalhar mais sobre esse assunto.
8) Laudos de Exames Laboratoriais
Segundo a ANVISA, laudo laboratorial é o “Documento que contém os resultados das análises laboratoriais, validados e autorizados pelo responsável técnico do laboratório ou seu substituto” (RDC 302/2005).
Como devem ser os laudos de exames laboratoriais?
Primeira coisa, “o laudo deve ser legível, sem rasuras de transcrição, escrito em língua portuguesa, datado e assinado por profissional de nível superior legalmente habilitado”.
Lembrando que “o laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem possuir instruções escritas para emissão de laudos, que contemplem as situações de rotina, plantões e urgências”.
O que deve conter no laudo de exames laboratoriais?
Segundo a ANVISA (RDC 302/2005), o laudo deve conter no mínimo os seguintes itens:
- a) identificação do laboratório;
- b) endereço e telefone do laboratório;
- c) identificação do Responsável Técnico (RT);
- d) nº. de registro do RT no respectivo conselho de classe profissional;
- e) identificação do profissional que liberou o exame;
- f) nº. registro do profissional que liberou o exame no respectivo conselho de classe do profissional
- g) nº. de registro do Laboratório Clínico no respectivo conselho de classe profissional;
- h) nome e registro de identificação do cliente no laboratório;
- i) data da coleta da amostra;
- j) data de emissão do laudo;
- k) nome do exame, tipo de amostra e método analítico;
- l) resultado do exame e unidade de medição;
- m) valores de referência, limitações técnicas da metodologia e dados para interpretação;
- n) observações pertinentes.
Segue abaixo um exemplo de laudo de exame laboratorial de hemograma.
Figura. Exemplo de laudo de exame laboratorial – hemograma “completo”.
No link a seguir você pode conferir outros modelos de laudos laboratoriais. Nesse caso na área de patologia (clique aqui).
Por quanto tempo os laudos de exames laboratoriais devem ser arquivados?
Ainda segundo a ANVISA, “As cópias dos laudos de análise bem como dados brutos devem ser arquivados pelo prazo de 5 (cinco) anos, facilmente recuperáveis e de forma a garantir a sua rastreabilidade”.
Quem pode assinar o laudo laboratorial?
O laudo deve ser assinado por profissional de nível superior legalmente habilitado pelo seu respectivo conselho de classe. Quem assina pode ser, por exemplo, o responsável técnico do laboratório clínico. Também pode ser seu substituto, ou ainda outro profissional habilitado designado pelo responsável técnico (NOTA TÉCNICA Nº. 66/2015).
Obs: a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC N° 30, de 24 de julho de 2015 foi revogada com a publicação da RDC Nº 199, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2017.
Então volta a valer o texto: “o laudo deve ser legível, sem rasuras de transcrição, escrito em língua portuguesa, datado e assinado por profissional de nível superior legalmente habilitado”.
Como deve ser a assinatura do laudo laboratorial?
Ainda segundo a ANVISA, “o laboratório clínico pode, portanto, optar pelo uso da assinatura manuscrita ou da assinatura digital para liberação do laudo” (NOTA TÉCNICA Nº. 66/2015; RDC N° 30/2015). Em relação a esse ponto, é importante esclarecermos que assinatura escaneada não deve ser utilizada!
Obs: a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC N° 30, de 24 de julho de 2015 foi revogada com a publicação da RDC Nº 199, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2017.
Então volta a valer o texto: “o laudo deve ser legível, sem rasuras de transcrição, escrito em língua portuguesa, datado e assinado por profissional de nível superior legalmente habilitado”.
Como os laudos laboratoriais são entregues aos pacientes?
A SBPC/ML e a Controllab lançaram o Programa de Indicadores Laboratoriais. E em 2017, contando com 22 laboratórios participantes, relataram que o tipo de entrega de laudos de forma Digital (e-mail/website) passou a ter o mesmo percentual que os entregues de forma Impressa e Retirada no Laboratório (veja imagem abaixo).
Figura. Tipos de entrega de laudos (fonte: http://www.sbpc.org.br/wp-content/uploads/2017/12/grafico2.jpg).
Quantos laudos laboratoriais não são retirados pelos pacientes?
Só no primeiro semestre de 2017, 8.838.590 laudos foram gerados pelos 22 laboratórios participantes do Programa de Indicadores Laboratoriais (citado acima). E, entre eles, 602.187 (6,8%) foram considerados “não entregues”. Para saber mais sobre laudos não retirados dos laboratórios, clique aqui.
Pronto! Agora que você já sabe “tudo” sobre laudos de exames laboratoriais. O próximo passo é aprender a interpretar os resultados dos exames laboratoriais, não é mesmo? Então leia o próximo tópico.
9) Interpretação de Resultados de Exames Laboratoriais
Vamos usar o laudo abaixo para “resumir” como você mesmo pode aprender a interpretar um exame laboratorial (caso você ainda não saiba). Nesse caso é um exame de sangue, mais especificamente um hemograma.
A primeira coisa que podemos dizer sobre esse exame, é que não há necessidade de dizer hemograma completo. Podemos dizer somente hemograma, ok!
Agora vamos aos fatos. No lado esquerdo da imagem temos os resultados do exame laboratorial do paciente (dentro do quadrante azul). No lado direito da imagem temos os valores de referência para a idade (dentro do quadrante vermelho).
Basicamente o que você deve fazer agora? Comparar os resultados do paciente (esquerda), com os valores de referência (faixa de valores à direita).
Para entendermos melhor, vamos analisar o parâmetro eritrócitos.
No caso dos eritrócitos, o valor de referência é de 3,9 a 5,0 milhões de eritrócitos/mm3. Essa é a faixa de normalidade para a idade, gênero etc. Basicamente, isso quer dizer que se o valor observado no paciente esteja abaixo de 3,9, ou acima de 5,0, ele sairá do normal (fisiológico). Se ele sai do normal, então ele possivelmente tem uma doença!
Voltamos ao caso do paciente. O resultado da contagem de eritrócitos dele é 4,24 milhões/mm3. Esse valor está entre 3,9 e 5,0 milhões de eritrócitos/mm3. Isso significa que ele está dentro do valor de normalidade!
Aí é só passar para o próximo parâmetro e fazer a mesma coisa. Olhar o resultado do paciente e verificar se ele está dentro ou fora da faixa de normalidade. Simples assim!
Agora, o que não é tão simples, é entender o que significa cada um desses parâmetros. E se estiver abaixo do valor normal? E acima? Isso nós vamos conversar em outros artigos, pois cada parâmetro (de cada exame) tem suas próprias possibilidades diagnósticas.
Comparar os resultados obtidos do paciente, com os valores de referência não deve ser novidade para você, não é mesmo?
Mas…você sabe como os laboratórios chegam aos valores de referência de exames?
10) Valores de Referência de Exames Laboratoriais
Deixe-me explicar rapidamente para você, como os laboratórios definem os valores de referência!
Basicamente existem 3 maneiras para isso:
1 – Os laboratórios podem determinar seus próprios valores para cada parâmetro e exame;
2 – Os laboratórios podem validar as informações que estão contidas nas bulas reagentes;
3 – Os laboratórios podem recorrer a estudos clínicos amplos e à literatura científica.
O melhor dos cenários seria que cada laboratório determinasse seus valores próprios. Pois dessa maneira refletiria as condições da população local. Mas isso é muito caro e trabalhoso.
Então de onde vem os valores de referência que os laboratórios brasileiros usam?
É muito provável que a maioria dos laboratórios deve recorrer às bulas dos kits de diagnóstico ou a grandes estudos clínicos.
Nesses casos, os parâmetros são testados em dezenas pessoas consideradas saudáveis para validação.
Ainda sobre os valores de referência, é importante explicarmos que os valores são diferentes entre crianças e adultos, bem como entre homens e mulheres.
Então são diversas faixas de valores de referência para cada parâmetro de cada exame. Clicando no link a seguir você pode conferir algumas dessas faixas (clique aqui).
11) Preço de Exames Laboratoriais
Cada laboratório particular possui seus próprios preços! Mas como já dissemos anteriormente, existe uma tabela padrão elaborada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (Agência Reguladora de Planos de Saúde do Brasil). Lá você pode consultar os preços de exames laboratoriais. Para mais informações clique aqui.
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Lembre-se também de deixar seu comentário para que possamos entender melhor as suas necessidades.
Ah, e se você quiser se capacitar e qualificar na área de Interpretação de Exames Laboratoriais, saiba que nós temos um curso nessa área. Para conhecer é só clicar aqui, ou na imagem abaixo.
Referências
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102006000200015&lng=en&nrm=iso
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102006000200015.
https://sigarra.up.pt/ffup/pt/pub_geral.show_file?pi_gdoc_id=436390
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442015000200077&lng=en&nrm=iso
http://dx.doi.org/10.5935/1676-2444.20150014.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-84842010000100010&script=sci_abstract&tlng=pt
http://meuprontuario.net/solicitar-exames-complementares-lista-de-exames/
http://www.crn1.org.br/wp-content/uploads/2015/09/Esclarecimentos-Exames-Laboratoriais.pdf?x53725
http://www.crefito3.org.br/dsn/duvidfisio.html
http://www.cff.org.br/userfiles/file/pdf/Nota%20T%C3%A9cnica%20585%20586.pdf
http://www.sbpc.org.br/noticias-e-comunicacao/laudos-de-exames-laboratoriais-nao-retirados/
http://www.santelaboratorio.com.br/tras-laudo-laboratorial-qualidade/
http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/RDC_302_Comentada_de_janeiro_2013.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2015/rdc0030_24_07_2015.pdf
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/N%20T%2066%202015.pdf
http://www.sbpc.org.br/wp-content/uploads/2018/01/RDC_199_26dez2017.pdf
http://www.sbpc.org.br/programa-da-qualidade/palc/
https://controllab.com/qualifique/pop_ed38_interagindo.htm
https://www.pncq.org.br/uploads/2015/qualinews/edicaoSET/HEMATOSCOPIA_Fleury.pdf
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