Educação Alimentar: Dieta Saudável, Pirâmide Alimentar e muito mais
A educação alimentar faz referência a conceitos como geração de saúde, melhora da qualidade de vida, e tudo o que envolve uma vida mais saudável, o que representa um desafio nos dias atuais, pois vivemos no momento dos fast-foods, enlatados e industrializados, uma vez que as pessoas não têm mais tempo para fazer seu alimento. O conceito qualidade de vida envolve a boa integração das áreas afetiva, social, pessoal e profissional, mas, a alimentação saudável é item primordial para a saúde em seu contexto geral.
Cada indivíduo é um ser único e cada organismo reage a estímulos e alimentos de formas diferentes, apresentam diferentes faixas etárias e, consequentemente, necessidades nutricionais distintas, podem possuir doenças relacionadas, realizar diversos graus de atividade ou exercício físico diariamente, entre outras particularidades. Por isso, é de extrema importância a avaliação individualizada para que todas as características pessoais e particularidades corporais sejam levadas em consideração, para que a educação alimentar seja efetiva.
Existem hábitos alimentares saudáveis que podem ser seguidos, para que, além da necessidade nutricional ser suprida, possa fornecer a energia necessária para o corpo sem prejudicar nenhuma estrutura corporal ou trazer, a longo prazo, certas patologias.
Sabe-se que boas práticas alimentares devem ser incentivadas desde o início da infância, onde o aleitamento materno, alimento mais completo e nutritivo conhecido, fornece tudo o que a criança precisa. A partir da iniciação alimentar pode-se começar, por parte dos pais, uma educação alimentar saudável, onde, ao passar do tempo, se tornem práticas constantes e onde essas crianças cresçam sabendo se alimentar corretamente.
O ser humano busca a saúde através de alimentação há muito tempo, no entanto, existe uma preocupação atual muito grande acerca do equilíbrio e segurança alimentar, da procedência dos alimentos ingeridos, e da forma correta e sustentável de preparar esse alimento.
Logo, Philippi (2014) define que a boa alimentação é consequência de refeições onde são consumidos alimentos que englobem todos os grupos alimentares e que possuam procedência conhecida e segura, a fim de satisfazer as recomendações nutricionais e o prazer no ato de comer, ainda de forma a respeitar as diferenças emocionais, sociais e individuais.
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Comportamento alimentar
O comportamento alimentar pode ser interpretado como todas as formas de relacionamento da pessoa com a comida. Consiste em um conjunto de atitudes relacionadas ao alimento, desde a decisão de escolha de um alimento ou outro levando em consideração o hábito alimentar e a disponibilidade, até a forma de preparar, utensílios usados para o consumo, tipos de refeições e horários das mesmas, quesitos modificáveis de acordo com a cultura local.
Algumas ações em relação aos alimentos, assim como algumas práticas, podem ser consequências de culturas regionais, no entanto, é preconizado que a ingestão dos alimentos, de preferência, seja em sua forma natural, ou preparados de maneira que seus nutrientes e sua perspectiva sensorial sejam preservados, além de serem confiáveis em relação aos aspectos sanitários e higiênicos.
Algumas posturas podem ser modificadas quanto ao padrão alimentar ou porções escolhidas ainda conforme o prestígio social, a diversidade geográfica e a localidade onde a refeição está sendo feita ou consumida.
Outro quesito que deve ser considerado no que diz respeito ao comportamento alimentar, é que as refeições devem ser fracionadas e efetuadas ao longo do dia, preferencialmente em ambientes tranquilos.
Educação alimentar – Como é a alimentação adequada
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Sob o ponto de vista nutricional, a alimentação adequada deve possuir quantidade de energia e nutrientes suficientes para atender às necessidades de um indivíduo. As recomendações nutricionais, por sua vez, existem e são baseadas em um grupo de pessoas ou populações. Sob a ótica dietética, as orientações nutricionais são relacionadas às escolhas de um conjunto de alimentos que proporcione a saúde. Já para o lado dietoterápico, esse termo pode significar combinar e selecionar alimentos com objetivos terapêuticos.
As recomendações nutricionais são ferramentas essenciais para ter como base em prescrições, planejamentos e avaliações em dietas a serem prescritas. Como não há um guia de recomendações nutricionais produzido nacionalmente, são consideradas e consultadas as orientações americanas revisadas periodicamente. Sendo as mais recentes e utilizadas a Recommended Dietary Allowances (RDA), publicada em 1989, e a Dietary Reference Intake (DRI), sendo esta última, publicada a partir de 1997 e contendo conceitos novos e importantes relacionados às recomendações nutricionais.
Esses dois documentos americanos nada mais são do que índices de valores, feitos por estimativas, servindo de orientação de parâmetros de consumo de nutrientes para estratégias de planos alimentares para pessoas saudáveis.
Partindo desses princípios, criou-se a pirâmide alimentar, que é uma ferramenta de indicação nutricional usada pelos nutricionistas para proporcionar modificação dos hábitos alimentares, a fim de melhorar a saúde do indivíduo em seu contexto geral e prevenir o aparecimento de doenças. A pirâmide alimentar é muito prática, pois sua representação gráfica indica, além da visualização dos alimentos, como a quantidade diária recomendada para consumo e porções.
Para constituir esse gráfico, foram estimadas porções alimentares em função do Valor Energético Total (VET) do plano alimentar e da energia que cada grupo alimentar pode fornecer, mantendo o respeito a maneira habitual de ingesta do alimento.
Dessa forma, os alimentos foram divididos em seis refeições sendo café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e lanche da noite e, para suprir as necessidades de energia, foi feito uma média em porcentagem de consumo para todas essas refeições, sendo que o café da manhã representa 25% do VET, o lanche da manhã 5% do VET, almoço 35% do VET, lanche da tarde 5%, jantar 25% e lanche da noite 5% do VET.
As porções foram definidas conforme o valor total de carga energética que cada grupo alimentar fornece e em cada tipo de refeição, considerando sempre, a quantidade mínima e máxima das porções do plano alimentar. Dessa forma, os grupos alimentares assim como seus respectivos níveis de energia, foram classificados da seguinte forma: Na base da pirâmide adaptada para o Brasil, se encontram as massas, pães, arroz, batatas e mandiocas, onde o recomendado é de 5 a 9 porções/dia; após vem verduras e legumes, ocupando de 4 a 5 porções diárias; seguido das frutas, indicadas de 3 a 5 porções; após, carnes e ovos, completando de 1 a 2 porções diárias; laticínios (leite, queijo, iogurte), com recomendação de 3 porções/dia; em seguida, óleos, gorduras, doces e açúcares, possuem recomendações diárias de 1 a2 porções; e, para finalizar, a classe dos feijões, indicados apenas 1 porção ao dia.
Plano e educação alimentar – o dever do nutricionista
Alguns aspectos devem ser levados em consideração na realização da estratégia alimentar e na educação alimentar do indivíduo. Inicialmente, é preciso efetuar uma avaliação detalhada da condição nutricional do paciente, para que sejam identificadas suas necessidades nutricionais. E então traçar um plano nutricional, aplicando dietoterapia, baseado nas necessidades específicas do indivíduo. Após isso, é o momento de realizar a educação alimentar, onde será explicado ao paciente, conceitos sobre saúde em seu contexto geral, alimentação saudável e equilibrada, orientações quanto a restrições alimentares prévias, e indicações acerca do seu plano alimentar.
Depois de efetuado esse processo, no decorrer do tempo da dieta prescrita ao indivíduo, é muito importante verificar se o tratamento está sendo eficiente e se o paciente está conseguindo seguir suas recomendações. Certamente o indivíduo tem grande parcela de responsabilidade em seguir seu plano alimentar, no entanto, é essencial o acompanhamento e o interesse do nutricionista e a relação de parceria e cumplicidade entre paciente e nutricionista para que o objetivo proposto possa ser atingido com sucesso.
Bons hábitos alimentares
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Para finalizar, é fundamental que o profissional deixe claro para o indivíduo que são necessárias escolhas alimentares saudáveis diariamente, para que se torne um hábito constante de alimentação saudável. Alguns princípios básicos para uma alimentação nutricionalmente equilibrada são:
– Ingerir rotineiramente, porções de todas as categorias de alimentos, como cereais integrais, frutas, hortaliças, verduras, legumes, laticínios, carnes magras como peixes ou aves, além de feijões;
– Reduzir a ingesta de alimentos fritos e doces;
– Ler os rótulos dos produtos, e observar seus ingredientes e composições. Verificar a quantia de gorduras, açúcares e outros elementos prejudiciais ao corpo e evitar o consumo destes;
– Realizar, no mínimo, três refeições principais diárias;
– Nessas refeições principais, priorizar alimentos de origem vegetal;
– Iniciar a refeição consumindo saladas e legumes. Dê preferência a temperos naturais, molhos suaves, ervas frescas e pouca quantidade de sal;
– Beber muita água durante o dia;
– Entre cada refeição principal, optar por lanches mais saudáveis como frutas e suco de frutas frescas, ou oleaginosas;
– Preparar os alimentos de modo a manter suas propriedades nutricionais;
– Preferir sempre alimentos naturais, que possuam poucos ingredientes ou integrais.
Estas são as bases e fundamentos da educação alimentar. Se você quiser aprofundar ainda mais os seus estudos, conheça nosso Curso de Educação Alimentar (LINK).
Referência:
PHILIPPI, Sonia Tucunduva. Pirâmide dos alimentos: fundamentos básicos da nutrição. Manole, 2 ed. 2014, São Paulo.
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