Candidíase oral: o que é, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

0 Comentários

candidiase oral sapinho candidiase na boca

A candidíase oral é uma infecção frequente, que apresenta diversas manifestações clínicas na mucosa oral. Neste texto vamos responder algumas dúvidas sobre a candidíase oral.

Esperamos que você possa encontrar aqui neste texto, todas as respostas que você está buscando sobre candidíase oral Caso não encontre a resposta para a sua pergunta, escreva nos comentários. Boa leitura!

 

Curso de Microbiologia Clínica (clique aqui)


1. O que é candidíase oral?
A candidíase oral é uma infecção fúngica frequente, popularmente conhecida como “doença do sapinho” e leva a variadas manifestações clínicas na região da boca. Frequentemente causada pelo crescimento excessivo do fungo Candida na mucosa oral. A Candida está presente na mucosa oral normal de indivíduos saudáveis.

candidíase na boca candidiase oral candidíase bucal candidiase na lingua candidiase bucal candidíase na boca candidiase oral candidíase bucal candidiase na lingua candidiase bucal sapinho infeccao fungica

Fonte: adaptado de Jillian W et al.


2. Qual o agente causador da candidíase oral?

O agente causador da candidíase oral é o fungo do gênero Candida, a espécie mais comum encontrada é C. albicans, isolado em mais de 80% das lesões orais. Outras espécies menos comuns incluem C. dubliniensis, C. glabrata, C. krusei, C. kefyr, C. parapsilosis, e C. tropicalis.


3. Quais as causas da candidíase oral?

O fungo Candida, causador da candidíase oral está presente na flora oral normal de indivíduos saudáveis. É estimado que este fungo esteja presente em 45% a 65% dos bebês saudáveis ​​e 30% a 55% dos adultos saudáveis. Uma variedade de fatores sistêmicos e locais pode causar um crescimento excessivo de espécies de Candida levando à candidíase oral. Os fatores de risco para o desenvolvimento da candidíase oral incluem estados imunossuprimidos, como vírus da imunodeficiência humana (HIV), leucemia, desnutrição, diminuição da imunidade secundária à idade, disfunção endócrina como diabetes, quimioterapia sistêmica, radioterapia e uso de medicamentos sistêmicos corticosteroides, drogas imunomoduladoras, uso prolongado de agentes antimicrobianos de amplo espectro, uso de dentaduras, próteses dentárias e higiene dental deficiente. No caso dos bebês, o fator de risco se dá devido ao sistema imune ainda em desenvolvimento.


4. Candidíase oral é contagiosa? Adulto também pode ter candidíase oral?

Apesar do fungo causador da candidíase oral estar presente normalmente em indivíduos saudáveis a candidíase oral é contagiosa e a infecção pode ser transmitida de pessoa para pessoa, através de contato íntimo, como beijo por exemplo. O ato de compartilhar objetos também pode ser um possível meio de transmissão da infecção. Além dos bebês, que apresentam a infecção conhecida como sapinho, os adultos também podem ter candidíase oral devido a fatores como sistema imunológico deficiente.


5. Quais os sintomas de candidíase oral?

A candidíase oral pode apresentar diversos sintomas como:
• sensação de ardência na boca
• dor
• lesões avermelhadas
• lesões brancas
• alterações de paladar
• aversão à comida
• dificuldade na ingestão de líquidos e comida
• desconforto como tumefação
Vale ressaltar que em alguns casos a candidíase oral pode ser assintomática.


6. Como é feito o diagnóstico da candidíase oral?

Na maioria dos casos de candidíase oral, o diagnóstico é baseado em sinais e sintomas clínicos através do exame físico e história médica. A confirmação do diagnóstico pode ser feita com exames complementares, principalmente quando o exame clínico é incerto ou o paciente não responde à terapia antifúngica.
A confirmação do diagnóstico pode ser feita pela obtenção de um esfregaço (citologia esfoliativa). A área suspeita é raspada com um instrumento estéril e o material colhido é aplicado numa lâmina de vidro. A coloração da lâmina pode ser realizada com aplicação de ácido-Schiff (PAS) na amostra, a coloração de PAS revela hifas de Candida. O diagnóstico também pode ser confirmado por hidróxido de potássio a 10% (KOH), coloração de Gram e azul de metileno que permitem a observação de pseudo-hifas e leveduras no microscópio.
Pode ser realizado também cultura usando agar sabouraud, a partir de amostra de saliva. A biópsia oral é raramente indicada, mas pode revelar penetração do tecido epitelial.


7. Qual o tratamento da candídiase oral?

O tratamento da candidíase oral baseia-se no uso de antifúngico. Muitas opções para tratamento médico existem, e o profissional pode selecionar a opção de tratamento adequada com base na extensão e gravidade da doença e considerando os possíveis efeitos adversos dos medicamentos e interações medicamentosas.
Para casos leves de candidíase oral, apenas o uso de antifúngicos tópicos pode ser adequado. Os agentes antifúngicos tópicos incluem violeta de genciana, nistatina, anfotericina B e imidazois, como cetoconazol tópico, clotrimazol e miconazol. O mecanismo de ação tem como alvo membranas celulares fúngicas, que contêm ergosterol, um importante esterol que controla a assimetria e fluidez da membrana celular e é necessário para enzimas ligadas à membrana funcionarem adequadamente. Os antifúngicos atuam inibindo a síntese de ergosterol na membrana plasmática fúngica.
Para pacientes resistentes a medicamentos tópicos, pacientes em risco de candidíase disseminada e em pacientes imunocomprometidos, terapia com antifúngicos sistêmicos é necessária. Os agentes antifúngicos sistêmicos incluem fluconazol oral, itraconazol, posaconazol e cetoconazol.
A higiene bucal meticulosa também deve ser praticada diariamente e é essencial para o tratamento da candidíase oral.


8. Como é a prevenção da candidíase oral?

Um aspecto importante na prevenção da candidíase oral é a eliminação ou o tratamento de todas as causas subjacentes ou os fatores de risco identificáveis, como já citamos anteriormente, ter o sistema imunológico saudável, manter uma boa higiene bucal, não compartilhar objetos pessoais são algumas maneiras de prevenção para infecção. O tratamento médico adequado dos fatores predisponentes pode prevenir ou minimizar a incidência de candidíase oral clínica.
A higiene oral meticulosa também deve ser praticada diariamente. Em geral, os pacientes são aconselhados a escovar os dentes e a língua duas vezes por dia, usar fio dental pelo menos diariamente, e submeter-se a uma rotina de limpezas dentárias semestrais em consultório.

Referências

Farah CS, Lynch N, McCullough MJ. Oral fungal infections: an update for the general practitioner. Australian dental journal. 2010; 55 Suppl 1:48-54.

Jillian W, Millsop MD, MS Nasim Fazel MD. Oral candidiasis. Clinics in Dermatology. 2016; 34 Issue 4.

Autora

Olívia Borghi Nascimento – Biomédica com Aprimoramento em Análises Clínicas e Mestrado em Ciências da Saúde.

 

Você também vai gostar de ler:

Infecções por fungos na vagina: entenda os tipos, causas, sintomas e diagnóstico.

Tricomoníase (Trichomonas vaginalis): conheça os sintomas, tratamento, profilaxia e muito mais.

Tags:, , , , , , , , ,

Deixe um comentário

livro bioquímica para concursos públicos