Candidíase oral: o que é, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

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A candidíase oral é uma infecção frequente, que apresenta diversas manifestações clínicas na mucosa oral. Neste texto vamos responder algumas dúvidas sobre a candidíase oral.

Esperamos que você possa encontrar aqui neste texto, todas as respostas que você está buscando sobre candidíase oral Caso não encontre a resposta para a sua pergunta, escreva nos comentários. Boa leitura!

 

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1. O que é candidíase oral?
A candidíase oral é uma infecção fúngica frequente, popularmente conhecida como “doença do sapinho” e leva a variadas manifestações clínicas na região da boca. Frequentemente causada pelo crescimento excessivo do fungo Candida na mucosa oral. A Candida está presente na mucosa oral normal de indivíduos saudáveis.

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Fonte: adaptado de Jillian W et al.


2. Qual o agente causador da candidíase oral?

O agente causador da candidíase oral é o fungo do gênero Candida, a espécie mais comum encontrada é C. albicans, isolado em mais de 80% das lesões orais. Outras espécies menos comuns incluem C. dubliniensis, C. glabrata, C. krusei, C. kefyr, C. parapsilosis, e C. tropicalis.


3. Quais as causas da candidíase oral?

O fungo Candida, causador da candidíase oral está presente na flora oral normal de indivíduos saudáveis. É estimado que este fungo esteja presente em 45% a 65% dos bebês saudáveis ​​e 30% a 55% dos adultos saudáveis. Uma variedade de fatores sistêmicos e locais pode causar um crescimento excessivo de espécies de Candida levando à candidíase oral. Os fatores de risco para o desenvolvimento da candidíase oral incluem estados imunossuprimidos, como vírus da imunodeficiência humana (HIV), leucemia, desnutrição, diminuição da imunidade secundária à idade, disfunção endócrina como diabetes, quimioterapia sistêmica, radioterapia e uso de medicamentos sistêmicos corticosteroides, drogas imunomoduladoras, uso prolongado de agentes antimicrobianos de amplo espectro, uso de dentaduras, próteses dentárias e higiene dental deficiente. No caso dos bebês, o fator de risco se dá devido ao sistema imune ainda em desenvolvimento.


4. Candidíase oral é contagiosa? Adulto também pode ter candidíase oral?

Apesar do fungo causador da candidíase oral estar presente normalmente em indivíduos saudáveis a candidíase oral é contagiosa e a infecção pode ser transmitida de pessoa para pessoa, através de contato íntimo, como beijo por exemplo. O ato de compartilhar objetos também pode ser um possível meio de transmissão da infecção. Além dos bebês, que apresentam a infecção conhecida como sapinho, os adultos também podem ter candidíase oral devido a fatores como sistema imunológico deficiente.


5. Quais os sintomas de candidíase oral?

A candidíase oral pode apresentar diversos sintomas como:
• sensação de ardência na boca
• dor
• lesões avermelhadas
• lesões brancas
• alterações de paladar
• aversão à comida
• dificuldade na ingestão de líquidos e comida
• desconforto como tumefação
Vale ressaltar que em alguns casos a candidíase oral pode ser assintomática.


6. Como é feito o diagnóstico da candidíase oral?

Na maioria dos casos de candidíase oral, o diagnóstico é baseado em sinais e sintomas clínicos através do exame físico e história médica. A confirmação do diagnóstico pode ser feita com exames complementares, principalmente quando o exame clínico é incerto ou o paciente não responde à terapia antifúngica.
A confirmação do diagnóstico pode ser feita pela obtenção de um esfregaço (citologia esfoliativa). A área suspeita é raspada com um instrumento estéril e o material colhido é aplicado numa lâmina de vidro. A coloração da lâmina pode ser realizada com aplicação de ácido-Schiff (PAS) na amostra, a coloração de PAS revela hifas de Candida. O diagnóstico também pode ser confirmado por hidróxido de potássio a 10% (KOH), coloração de Gram e azul de metileno que permitem a observação de pseudo-hifas e leveduras no microscópio.
Pode ser realizado também cultura usando agar sabouraud, a partir de amostra de saliva. A biópsia oral é raramente indicada, mas pode revelar penetração do tecido epitelial.


7. Qual o tratamento da candídiase oral?

O tratamento da candidíase oral baseia-se no uso de antifúngico. Muitas opções para tratamento médico existem, e o profissional pode selecionar a opção de tratamento adequada com base na extensão e gravidade da doença e considerando os possíveis efeitos adversos dos medicamentos e interações medicamentosas.
Para casos leves de candidíase oral, apenas o uso de antifúngicos tópicos pode ser adequado. Os agentes antifúngicos tópicos incluem violeta de genciana, nistatina, anfotericina B e imidazois, como cetoconazol tópico, clotrimazol e miconazol. O mecanismo de ação tem como alvo membranas celulares fúngicas, que contêm ergosterol, um importante esterol que controla a assimetria e fluidez da membrana celular e é necessário para enzimas ligadas à membrana funcionarem adequadamente. Os antifúngicos atuam inibindo a síntese de ergosterol na membrana plasmática fúngica.
Para pacientes resistentes a medicamentos tópicos, pacientes em risco de candidíase disseminada e em pacientes imunocomprometidos, terapia com antifúngicos sistêmicos é necessária. Os agentes antifúngicos sistêmicos incluem fluconazol oral, itraconazol, posaconazol e cetoconazol.
A higiene bucal meticulosa também deve ser praticada diariamente e é essencial para o tratamento da candidíase oral.


8. Como é a prevenção da candidíase oral?

Um aspecto importante na prevenção da candidíase oral é a eliminação ou o tratamento de todas as causas subjacentes ou os fatores de risco identificáveis, como já citamos anteriormente, ter o sistema imunológico saudável, manter uma boa higiene bucal, não compartilhar objetos pessoais são algumas maneiras de prevenção para infecção. O tratamento médico adequado dos fatores predisponentes pode prevenir ou minimizar a incidência de candidíase oral clínica.
A higiene oral meticulosa também deve ser praticada diariamente. Em geral, os pacientes são aconselhados a escovar os dentes e a língua duas vezes por dia, usar fio dental pelo menos diariamente, e submeter-se a uma rotina de limpezas dentárias semestrais em consultório.

Referências

Farah CS, Lynch N, McCullough MJ. Oral fungal infections: an update for the general practitioner. Australian dental journal. 2010; 55 Suppl 1:48-54.

Jillian W, Millsop MD, MS Nasim Fazel MD. Oral candidiasis. Clinics in Dermatology. 2016; 34 Issue 4.

Autora

Olívia Borghi Nascimento – Biomédica com Aprimoramento em Análises Clínicas e Mestrado em Ciências da Saúde.

 

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