Tudo sobre coqueluche: o que é, sintomas, vacina, diagnóstico e tratamento
Neste artigo vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre a coqueluche. Vamos explicar o que é, quais os sintomas, como é feito o diagnóstico e o tratamento. Esperamos que este texto possa contribuir muito com sua carreira. Boa leitura!
1.O que é coqueluche?
A coqueluche, também conhecida como pertussis é uma doença infectocontagiosa respiratória aguda que compromete a traqueia e os brônquios. É causada pela bactéria Bordetella pertussis, sendo disseminada por meio de gotículas e aerossóis presentes na saliva e no organismo lesa os tecidos da mucosa. Seu período de incubação varia entre 5 e 21 dias.
Figura 1: disponível em https://www.teses.usp.br.
2.Por que a coqueluche também é conhecida como tosse comprida?
A coqueluche é conhecida também como tosse comprida porque sua principal característica são os episódios de tosse seca que podem atingir a tranqueia e os brônquios.
3.Quanto tempo dura a tosse da coqueluche?
A tosse da coqueluche tem som característico de guincho específico e dura cerca de duas semanas até que a tosse vá diminuindo gradativamente.
4.Quais são as três fases da coqueluche?
A coqueluche pode ser dividida em três fases, sendo elas:
• Fase catarral: com manifestações nas vias aéreas superiores, com características comuns com um resfriado simples.
• Fase paroxística: fase caracterizada por tosse seguida de guinchos com expectoração de muco e vômitos, essa fase pode durar até 6 semanas.
• Fase de convalescença: caracteriza-se pelo desaparecimento dos guinchos, no entanto a tosse persiste até 3 semanas.
5.Qual o agente causador da coqueluche?
O agente causador da coqueluche é a bactéria Bordetella pertussis, contudo, quadros considerados mais brandos são causados pela Bordetella parapertussis.
Imagem: CDC
6.Quais os sintomas da coqueluche?
Os sintomas da coqueluche se apresentam de acordo com o estágio da doença que é dividido em 3 estágios. No primeiro estágio, os sintomas são mais leves e podem ser confundidos com os sintomas de um resfriado. Pode surgir mal-estar, coriza, febre baixa e tosse seca. No segundo estágio, a tosse seca se agrava tornando uma tosse severa e descontrolada podendo comprometer as vias respiratórias, causando vômito e cansaço extremo. Os sinais e sintomas da coqueluche duram entre 6 a 10 semanas, mas pode durar mais tempo, dependendo de cada caso.
7.Qual o tratamento da coqueluche?
Para a eficácia do tratamento é necessário que se faça o diagnóstico correto e precoce da coqueluche, e após isso será prescrito antibióticos de acordo com cada caso. Em crianças, os sinais e sintomas são mais severos e podem levar a óbito.
8.Como é a vacina da coqueluche?
A vacina da coqueluche é a tríplice bacteriana acelular ou (DTPa) que é constituída de antígenos protetores contra a difteria, coqueluche e tétano. É composta por dois toxoides (tetânico e diftérico) e antígenos purificados da bactéria que causa a coqueluche (Bordetella pertussis). A DTPa é uma das principais vacinas previstas no calendário de vacinação, é fornecida pelo SUS de forma gratuita a crianças, gestantes (a partir da 20° semana) e profissionais da saúde.
9.Como saber se é coqueluche?
Para ter certeza do diagnóstico de coqueluche é necessário que se faça o diagnóstico diferencial, pois a coqueluche pode ser confundida com outras infecções respiratórias agudas como: bronquiolites, adenoviroses, laringites, entre outras. Para confirmação do diagnóstico o médico solicitará uma cultura da B. pertussis com material colhido da nasorofaringe, para realização do teste molecular (PCR). A coleta do material biológico deve ser realizada antes da administração de antibióticos ou, no máximo, até 03 dias após seu início.
10. Como é feito o diagnóstico laboratorial da coqueluche?
Nos casos mais leves da coqueluche o diagnóstico é mais difícil, pois os sintomas podem ser confundidos facilmente com um resfriado simples. No entanto, a tosse seca é característica da doença e um forte indicativo. Para confirmação do diagnóstico são solicitados exames moleculares como PCR, coleta de material de nasofaringe para cultura e para complementar o diagnóstico é solicitado um hemograma e exames de imagem como, por exemplo, o raio-X do tórax.
11.Como é a transmissão da coqueluche?
A transmissão da coqueluche ocorre pelo contato direto com pessoas doentes por meio de gotículas eliminadas através da tosse, espirro ou fala. Em outros casos a transmissão se dá por contanto com objetos contaminados com secreções, no entanto esse modo de transmissão é menos comum, pois o agente causador não sobrevive muito tempo fora do seu hospedeiro.
12.Qual a forma de prevenção da coqueluche?
A vacinação é o principal meio de prevenção da coqueluche. Inclusive, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente a vacina, tanto para crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias, como para gestantes e profissionais da saúde. Não obstante, as pessoas só se tornam imunes ao adquirir a doença (mas não é permanente) ou pela vacina, com o mínimo de 3 doses com a pentavalente (DTP+Hib+Hepatite B) um reforço aos 15 meses, e um segundo reforço aos 4 anos de idade com a tríplice bacteriana (DTP). No caso de gestantes devem fazer uma dose da vacina do tipo adulto (dTpa) a partir da 20ª semana de gestação.
13.Coqueluche tem cura?
Apesar de a coqueluche permanecer sendo um problema sério em todo o mundo a boa notícia é que sim, a coqueluche tem cura. Contudo, é necessário que principalmente as crianças e gestantes sejam vacinadas. Caso seja infectado, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado é de suma importância para se vencer a doença.
14.Coqueluche pode deixar sequelas?
Na maioria dos casos as pessoas conseguem se recuperar da coqueluche sem que fiquem com sequelas e outras complicações, por outro lado, pessoas que tiveram os casos mais graves da doença podem desenvolver hérnias abdominais. As complicações mais graves costumam atingir crianças menores de seis anos, incluindo pneumonia, parada respiratória, lesões neurológicas, convulsões, desidratação e óbito.
15.Coqueluche é contagiosa?
Sim. A coqueluche é contagiosa e se propaga através do contanto direto com pessoas doentes, gotículas eliminadas através da tosse e espirros e contato com objetos contaminados.
Referências
https://hospitalsiriolibanes.org.br/
https://phil.cdc.gov/Details.aspx?pid=22874- Centers for disease control and prevention(CDC)
https://saude.gov.br
https://www.sbp.com.br – Sociedade brasileira de pediatria.
https://www.teses.usp.br
Autora
Franciele Rodrigues Araujo – Biomédica, Mestranda em Biologia de Sistemas
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