Quais são os órgãos do sistema imunológico humano e suas funções?
Neste artigo você vai podem compreender o que é imunologia, e imunidade. Também vai entender quais são os órgãos do sistema imunológico e suas respectivas funções. Além disso, vai descobrir quais são os órgãos linfoides primários e secundários. Boa leitura!
O que é Imunologia?
Podemos entender a imunologia como o estudo da imunidade, e de uma maneira mais ampla, como os eventos celulares e moleculares quando o nosso organismo entra em contato com microrganismos e outras moléculas consideradas estranhas a ele.
O que é imunidade?
O termo imunidade surgiu da palavra latina immunitas, e se referia à proteção contra os processos que os senadores romanos possuíam durante o mandato deles.
Alguns historiadores acreditam que o primeiro uso dessa palavra como a conhecemos hoje ocorreu no século V Antes de Cristo, e se referiu a defesa do organismo contra uma infecção que foi chamada de “peste”. Mas é possível que o conceito de imunidade já existisse bem antes disso, por exemplo na China, com o hábito de estimular a imunidade das crianças contra a varíola.
Para nós da área da saúde, imunidade quer dizer proteção contra doenças, principalmente as doenças infecciosas. Existem diferentes tipos de imunidade, como a imunidade natural e a imunidade adquirida, mas sobre isso conversamos em outra oportunidade, ok?
O que é sistema imunológico? E como ele funciona?
Como vimos no tópico anterior, o nosso organismo reage a todo momento contra o ataque de microrganismo, como bactérias, fungos, vírus etc. E essa defesa é extremamente complexa, formando uma grande barreira, que é desempenhada por milhões de moléculas e vários tipos diferentes de células e com diversas funções. Essas moléculas e células são as grandes responsáveis que por garantir a verdadeira defesa do nosso organismo e manter nosso corpo funcionando livre de várias doenças. A todo esse sistema complexo de interação entre milhões de moléculas e células para nos proteger contra microrganismos, damos o nome de sistema imunológico.
Nos próximos tópicos vamos falar sobre os órgãos e funções desse sistema, então abordaremos mais detalhadamente seu funcionamento.
Quais são os órgãos do sistema imunológico humano e suas funções?
As superfícies internas e externas do nosso corpo são as primeiras barreiras contra os microrganismos patógenos. Essas superfícies incluem a pele e mucosas, que formam um tipo de parede mecânica protetora (barreira).
Diversos fatores fornecem apoio a essa barreira protetora:
– As próprias substâncias antibacterianas do organismo podem incapacitar patógenos do ambiente em estágios iniciais;
– Certos tipos de enzimas encontradas na saliva, vias aéreas e lágrimas podem destruir a parede celular bacteriana.
– Muitos patógenos inalados são aprisionados na mucosa dos brônquios e então são movidos para fora das vias aéreas pelas células ciliadas;
– A maioria dos patógenos que entra no organismo junto com o alimento geralmente são parados pelo ácido estomacal.
– A microbiota normal, ou seja, bactérias que residem na pele e na maioria das membranas mucosas do corpo, também ajudam a proteger o organismo.
– O reflexo de tosse e espirro também podem ajudar a remover microrganismos.
E além de todas essas barreiras, ainda existem órgãos especializados que controlam a produção e maturação de certos tipos de células, que vamos comentar mais para frente.
Órgãos linfoides primários
Medula óssea e timo, uma glândula situada acima do coração e atrás do esterno são chamados de órgãos linfoides primários. A medula óssea produz células de defesa, como os linfócitos do tipo T. Algumas dessas células se diferenciam no timo, sendo capazes de reconhecer proteínas estranhas ao nosso organismo. A essas proteínas chamamos de antígenos (em outro post vamos explicar melhor sobre antígenos e anticorpos).
Medula Óssea
A medula óssea é um tecido esponjoso situado dentro da maioria dos ossos. A maioria das células de defesa é produzida e se multiplica nesse local. Então elas migram para a corrente sanguínea e alcançam órgãos e tecidos, nos quais as células maturam e se especializam.
Quando nascemos, a maioria dos nossos ossos contêm um tipo de medula óssea vermelha que continuamente produz células de defesa, mas durante o curso da vida, cada vez mais medula óssea vermelha é substituída por tecido adiposo, restando apenas em alguns ossos, como costelas, esterno, e osso da pelve.
Timo
O timo somente está totalmente desenvolvido nas crianças, e a partir da adolescência, ele é gradativamente transformado em tecido adiposo. Ele se situa atrás do esterno, acima do coração. Certas células de defesa, como os linfócitos do tipo T, são diferenciadas no timo, sendo responsáveis pela coordenação do sistema imune inato e adquirida.
Essas células se movem pelo corpo e constantemente checam a superfície de todas as células procurando modificações. Para estarem aptas a realizar essa função, elas aprendem no timo quais estruturas na superfície das células são do nosso próprio organismo e quais não são estranhas. Quando elas entram em contato com corpos estranhos, elas disparam e regulam diferentes reações de defesa (sobre os diferentes tipos de células vamos conversar em outra oportunidade).
Na infância o timo também produz dois hormônios, a timosina e a timopoietina, que regulam a maturação de células de defesa nos linfonodos.
Órgãos linfoides secundários
Os órgãos linfoides secundários são os locais nos quais as células de defesa desempenham seu verdadeiro trabalho, podem citar: os linfonodos, o baço, as tonsilas, e outros tecidos especializados nas membranas mucosas do intestino, por exemplo. Nesses locais as células de defesa têm contato constante com substâncias estranhas ao organismo, bem como patógenos.
Linfonodos
O sistema linfático, composto por linfonodos e vasos linfáticos, é muito importante para troca constante de substâncias entre o sangue e os tecidos do corpo. Os vasos linfáticos formam uma rede bem fina de vasos que constantemente drenam fluidos dos diferentes tecidos do corpo. Os linfonodos filtram e limpam o fluido linfático (linfa) e encaminham para a veia cava superior, entrando na corrente sanguínea.
Os linfonodos trabalham como estações de tratamento biológico, contendo diferentes células de defesa. Essas células aprisionam patógenos e ativam a produção de anticorpos específicos no sangue. Algumas vezes os linfonodos ficam inchados, dolorosos ou endurecidos. Isso pode ser um sinal de uma reação de defesa ativa, por exemplo uma infecção.
Baço
O baço se situa na parte superior esquerda do abdômen, logo abaixo do diafragma, e desempenha uma variedade de tarefas no sistema de defesa.
Antes do nascimento, o baço basicamente produz células sanguíneas e de defesa. Já após o nascimento, ele é sobretudo, responsável pela remoção das células sanguíneas e por algumas funções de defesa específicas, como: o armazenamento de células de defesa para serem liberadas quando necessárias (macrófagos que podem atacar substâncias estranhas e patógenos diretamente; linfócitos T que inspecionam a superfície das células e ajudam a controlar a defesa) e também podem destruir diretamente as células que forem reconhecidas como não próprias, como patógenos; linfócitos B que produzem anticorpos.
O baço também é responsável pela remoção de células vermelhas envelhecidas (eritrócitos), e pelo armazenamento e remoção das plaquetas (ou trombócitos), que participam da coagulação sanguínea.
Tonsilas
As tonsilas também pertencem ao sistema de defesa. Elas têm uma localização especial na garganta e no palato. Então suas células de defesa entram em contato com patógenos rapidamente. E podem ativar o sistema imunológico imediatamente. Seus tecidos são compostos primariamente por linfócitos. Além das tonsilas palatinas do lado direito e esquerdo, também existem as adenoides. Elas se situam na parte mais superior da garganta, acima do palato. Também existem as tonsilas linguais na base da língua. E mais tecidos linfáticos nos lados da garganta.
Tecido linfático no intestino e em outras membranas mucosas no corpo
O intestino desempenha um papel central na defesa do organismo contra os patógenos. Mais da metade das células que produzem anticorpos são encontradas nas paredes do intestino. Em especial na última parte do intestino delgado e no apêndice.
Essas células reconhecem patógenos e outras substâncias estranhas, as marcam e destroem. O intestino grosso também contém bactérias que pertencem ao nosso organismo, a tão conhecida microbiota intestinal. Essas bactérias dificultam a entrada e desenvolvimento de outras bactérias no corpo.
Outras partes do corpo por onde patógenos podem entrar também podem conter tecido linfático nas membranas mucosas. Todo esse tecido em conjunto é denominado tecido linfoide associado à mucosa (MALT). Os patógenos também podem entrar no organismo pelas vias aéreas ou pelo trato urinário. Assim, tecidos linfáticos podem ser encontrados nos brônquios e nas membranas mucosas do nariz, da bexiga urinária e da vagina. Esses tecidos podem conter células de defesa que podem prevenir o ataque de bactérias e vírus.
Nos próximos textos vamos falar um pouco mais sobre as células do sistema imunológico e suas funções. Também vamos aprofundar o assunto em antígenos e anticorpos.
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