Proteína que desencadeia a artrite juvenil é identificada!

0 Comentários

artrite juvenil

A Artrite Idiopática Juvenil, AIJ, é a forma mais comum de artrite que afeta as pessoas durante a infância. Ela aparenta ser uma doença autoimune, provocado por anticorpos que atacam certas proteínas do tecido de uma pessoa. Porém, não autoimune – as proteínas que desencadeiam um ataque imunológico – têm sido associadas a AIJ.

Agora, um novo estudo oferece evidências de que uma proteína humana chamada transtirretina (TTR), provoca uma reação autoimune nas articulações de pacientes diagnosticados com AIJ.

O estudo foi publicado em fevereiro de 2016 na revista JCI Insight. A pesquisa foi liderada por cientistas do Albert Einstein College of Medicine e pelos profissionais do Hospital Infantil de Montefiore (CHAM).

 

Os detalhes sobre a pesquisa de artrite idiopática juvenil

artrite idiopática juvenil

“Nossas descobertas sobre o envolvimento de TTR na AIJ pode resultar em um tratamento em potencial – uma notícia encorajadora para as crianças que tem essa doença debilitante”, disse a líder do estudo, Laura Santambrogio, MD, Ph. D., professora de patologia, de microbiologia e imunologia, e de aparelhos ortopédicos de cirurgia no Albert Einstein College of Medicine. Os pacientes de AIJ, disse ela, podem vir a se beneficiar de uma chamada TAFAMIDIS, que tem como alvo a TTR. A TAFAMIDIS foi aprovada na Europa e no Japão para o tratamento de amiloidose familiar, que também está legada a TTR. Atualmente, a droga está passando por ensaios de fase III nos Estados Unidos da América.

  • Sobre a AIJ:

A AIJ é uma doença inflamatória crônica que afeta aproximadamente cerca 300 mil crianças nos EUA com sintomas que incluem dores crônicas nas articulações, inchaço e rigidez, o que pode vir a persistir por alguns meses ou uma vida. Não existe cura para a doença e ela se inicia antes dos 16 anos, tendendo a perdurar pelo resto da vida do paciente diagnosticado. No início da manifestação da artrite idiopática juvenil, os sintomas principais costumam durar pelo menos nas seis primeiras semanas de diagnóstico. Os tratamentos, tais como drogas anti-inflamatórias não esteroides (NSAIDs) e modificadores de resposta biológica, são utilizados para controlar os sintomas e prevenir maiores complicações.

No estudo atual, a Dra. Santambrogio e seus colegas, olharam para as acumulações anormais de proteínas no líquido sinovial (que banha as articulações) e sangue de pacientes diagnosticados com artrite idiopática juvenil. Os pesquisadores encontraram um aumento significativo na TTR em 50 pacientes no Hospital Infantil de Montefiore, mas não em nenhuma das 26 crianças do grupo de controle que não tiverem AIJ. Outras análises revelaram que alguns pacientes de AIJ tinham níveis anormais elevados de anticorpos para a proteína de TTR. Para validar essa conclusão, a pesquisadora analisou mais 43 pacientes com AIJ e encontrou o aumento significativo de anticorpos TTR em todos eles.

O TTR é uma molécula “chaperones” que transporta várias moléculas, incluindo tirozina e retinol (vitamina A), no sangue e no fluído espinhal cerebral. Os pesquisadores suspeitam que o AIJ começa quando o TTR se concentra nas articulações.

“A proteína TTR tem uma tendência a misfold e agregados, que por alguma razão parece ocorrer em crianças com AIJ”, disse a Dra. Santambrogia. “E quanto as proteínas agregadas, elas tendem a se tornar mais imunogênicas”, completou. Utilizando espectrometria de massa e de outras técnicas de biofísica, os pesquisadores observaram o enrolamento incorreto de TTR e agregados no fluído sinovial de pacientes com AIJ. A proteína TTR dos pacientes também foi fortemente oxidada, o que pode aumentar ainda mais a sua imunogenicidade. Quando a TTR anormal foi administrada em atos, ela induziu uma resposta imunogênica mais eleva, ou seja, causando a produção de mais anticorpos, em comparação com a TTR normal.

 

Fonte: eurekalert.org

 

Por: Marina Caxias | Texto Aprovado pelo Conselho Científico do Instituto Biomédico – IBAP

Tags:, ,

Deixe um comentário

livro bioquímica para concursos públicos