Modelos climáticos futuros podem ser muito afetados por fungos e bactérias
O que a terra oferece, a terra pega de volta.
Quando uma planta morre, suas folhas e ramos caem no chão. No chão a decomposição da matéria orgânica do solo é, então, realizada principalmente por fungos e bactérias, que convertem matérias de plantas mortas em dióxido de carbono e nutrientes minerais.
Até então, a comunidade científica pensava que os materiais orgânicos de alta qualidade, tais como as folhas, que são ricas em açúcares solúveis, são decompostos principalmente por bactérias. Materiais de suposta qualidade inferior, tais como a celulose e a lignina, que são encontrados principalmente na madeira, são principalmente discriminados pelos fungos.
As pesquisas anteriores também mostravam que o material orgânico, que era dividido por fungos, resultava numa redução da emissão de dióxido de carbono e nutrientes em comparação ao material decomposto pelas bactérias. Isso acaba afetando diretamente os modelos climáticos, visto que a maior perda de dióxido de carbono e nitrogênio mineral teria uma influência direta sobre a contribuição do solo para a propagação dos gases do efeito estufa e da eutrofização.
Em um experimento de 23 anos, pesquisadores da Universidade de Lund e dos EUA examinaram a importância relativa de fungos e da decomposição bacteriana.
“Em contraste com as expectativas, não havia nenhuma evidência de que o material orgânico de alta qualidade foi quadrado, principalmente por bactérias. Na verdade, os dados sugerem fortemente o contrário”, disse Johannes Rousk, pesquisador da Microbial Ecology at Lund University, na Suécia. “Também não houve evidência para sugerir que o material orgânico discriminado por fungos reduzia a fuga do dióxido de carbono para a atmosfera, ou a perda de nutrientes. Mais uma vez, os resultados tendem a sugerir o contrário”, concluiu Johannes Rousk.
As consequências da do estudo para os modelos climáticos futuros
Os resultados podem ter consequências não só para os modelos climáticos futuros, mas também pode afetar as atuais políticas de uso do solo destinados a promover fungos. Isso pode ser baseado em suposições erradas sobre o papel do fundo na redução dos efeitos negativos no meio ambiente.
Obviamente, iguais a qualquer estudo, mais pesquisas devem ser feitas para poder se ter uma conclusão mais assertiva sobre o assunto. Entretanto, com os resultados obtidos até agora, o trabalho de preservação de meio ambiente através do uso dos fungos e das bactérias pode ser radicalmente afetado se os mesmos não contribuírem como o esperado.
Por outro lado, na ciência nenhum resultado é desperdiçado, pois a ignorância é mais um passo para novos aprendizados. Saber como os fungos e as bactérias e os fungos atuam pode não ajudar diretamente para a criação de modelos climáticos, mas será possível ter novos parâmetros, que por ventura, poderão ser utilizados em prol do meio ambiente.
Em suma, todos os planejamentos dos modelos climáticos podem ser alterados a partir da descoberta feita pelos cientistas da Universidade de Lund, mas como foi mencionado anteriormente, ainda é muito cedo para confirmar os dados para ter certeza absoluta sobre as novas descobertas.
Por: Marina Caxias | Texto Aprovado pelo Conselho Científico do Instituto Biomédico – IBAP
Tags:bactérias, clima, fungos, fungos e bactérias