Medicina Nuclear: tudo o que você sempre quis saber!

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Este texto é para você que sempre quis saber o que é medicina nuclear, radioisótopos e muito mais! Vamos lá?

A busca da medicina e de todas as áreas da saúde é prover o bem-estar e tratar doenças que atingem a população. Nesse sentido, diferentes áreas de pesquisa, tratamento e diagnóstico se desenvolvem, usando técnicas e procedimentos específicos. Um dos casos desta busca por soluções mais efetivas é a medicina nuclear.

A medicina nuclear utiliza técnicas, métodos e procedimentos, para diagnosticar diferentes patologias e em alguns casos, atuar no tratamento de outras. Essa área médica tem uma grande importância, devido aos seus processos altamente efetivos, praticamente indolores e de baixo custo.

Veja agora, o que é a medicina nuclear!

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O que é medicina nuclear?

A Medicina Nuclear pode ser definida como uma especialidade médica, que se utiliza de procedimentos seguros, quase que indolores, não invasivos e de custo baixo (quando comparada a outras especialidades) para o fornecimento de informações, que não seriam possíveis com outros exames diagnósticos.

Basicamente, a medicina nuclear usa do emprego de fontes abertas de radionuclídeo, que são substâncias físicas adequadas para determinado objetivo.

Há diferentes formas de utilização dos materiais radioativos na medicina nuclear. Mas na forma mais habitual, eles são administrados in vivo, pelas vias oral, intravenosa, inalatória ou subcutânea.

Elas apresentam a distribuição para órgãos ou tipos de células específicas. A forma como os elementos radioativos são ministrados, depende do objetivo do procedimento, da técnica usada e das individualidades do paciente. 

A efetividade e segurança da medicina nuclear se dá, em grande parte, por que a radioatividade da maioria dos elementos que são usados nos procedimentos, como os radiofármacos, cai para a metade (meia-vida) em questão de horas ou dias. Além disso, a radiação que é emitida nos tratamentos de medicina nuclear é do tipo gama, muito similar aos raios X.

O metabolismo dos materiais radioativos usados nos procedimentos de medicina nuclear pode variar bastante. Mas no geral, ele é ainda mais reduzido se considerarmos o fato de que muitas vezes, esta eliminação acontece pela urina.

Dentro da medicina nuclear, há diferentes formas de diagnóstico e tratamento. Usam-se elementos diferentes para cada contexto.

Conheça algumas aplicações da medicina nuclear!

aplicações da medicina nuclear radiofármacos

Aplicações da Medicina Nuclear

No geral, a medicina nuclear tem duas aplicações básicas. O diagnóstico, através de exames específicos e alguns tipos de tratamento, no geral, para câncer.

Falando especificamente dos exames que podem ser feitos através da medicina nuclear, podemos destacar alguns pontos. Dentre os exames hoje disponíveis, podemos dar maior destaque aos que estão relacionados com o funcionamento de determinados órgãos. Os principais são:

– Cérebro;

– Coração;

– Fígado;

– Tireoide;

– Rins;

Além de doenças no sistema ósseo e o diagnóstico de tumores.

Todos estes exames podem ser feitos com fidedignidade, pelo fato de que a medicina nuclear permite, através dos radiofármacos, observar o estado fisiológico de diferentes tipos de tecido, de uma maneira não invasiva. Isso ocorre através da marcação de moléculas que participam de forma direta nos processos fisiológicos avaliados, através de isótopos radioativos.

Estes isótopos denunciam a localização de anormalidades, por estas emitirem radiação nuclear.

Além disso, a detecção localizada de um grande número de fótons gama, através de uma câmara gama, permite que seja possível formar imagens nítidas, bem como filmes, acerca das questões fisiológicas e funcionais dos tecidos. Há, neste contexto, diferentes formas de diagnóstico.

No contexto de tratamentos através da medicina nuclear, temos principalmente, procedimentos contra o câncer. Um dos mais comuns é no tratamento das disfunções da tireoide, através do Iodo (123 ou 131, dependendo do caso).

Veja agora, alguns elementos importantes sobre o diagnóstico através da medicina nuclear.

medicina nuclear diagnóstico

Medicina Nuclear e Diagnóstico

Os exames diagnósticos realizados através da medicina nuclear, se baseiam em grande parte na utilização de radiofármacos. Por isso, grande parte dos exames de medicina nuclear acontece com a administração destes.

Os radiofármacos utilizados para a obtenção de diagnósticos podem ser classificados de duas formas, conforme mostra (Dilworth et al., 1998):

– Radiofármacos de perfusão (também conhecidos como de 1ª geração);

– Radiofármacos específicos (ou de 2ª geração);

No caso dos radiofármacos de perfusão, estes são transportados no sangue, até que atingem o órgão alvo, de maneira proporcional ao fluxo sanguíneo para o órgão a ser avaliado. Neste caso, os radiofármacos específicos são administrados de uma forma que sejam direcionados para as moléculas biologicamente ativas. Assim, podemos ter como exemplo, anticorpos e peptídeos, já que estes se ligam aos receptores celulares ou então, podem ser transportados para o interior de células específicas.

Nesse cenário, grande parte dos radiofármacos usados na medicina nuclear corresponde a radiofármacos de perfusão. Porém temos hoje muitos radiofármacos específicos, que detêm a atenção da investigação na área da química na área radiofarmacêutica.

Os radiofármacos específicos têm uma classificação gerada de acordo com o receptor específico ou ainda, seu alvo. Os radiofármacos que são criados e desenvolvidos para que tenham como função, a ligação com receptores, são usados para detectar alterações na concentração deles, diretamente nos tecidos biológicos. De forma mais específica, estes radiofármacos são usados para verificar tecidos tumorais, nos quais a expressão dos receptores está alterada de maneira significativa.

Medicina nuclear e tratamento de câncer

Além da aplicação da medicina nuclear para a obtenção de diagnósticos específicos, temos ainda a sua aplicação em tratamentos. Da mesma forma que no caso dos diagnósticos, nas terapias, usam-se radiofármacos.

Os radionuclídeos (que são à base de qualquer radiofármaco) que emitem partículas ionizantes são usados no tratamento de tumores. Basicamente, são os radiofármacos que emitem partículas α, β, ou ainda, os elétrons Auger.

Qual destas partículas será usada, depende de diferentes fatores, como o tamanho do tumor, bem como a distribuição intratumoral e farmacocinética da partícula.

Veja agora quais são os radionuclideos que podem ser usados no tratamento oncológico.

Radionuclídeos emissores de partículas β

São os mais comuns nas terapias de medicina nuclear aplicada à oncologia. Justamente por estas partículas apresentarem uma dose de radiação uniforme.

Radionuclídeos emissores de partículas α

Estes são os mais indicados para casos onde precisamos de uma radiação de pequeno alcance.

Existem mais de 100 radionuclídeos emissores α. Porém, a grande maioria apresenta um tempo de meia-vida muito longo, o que faz com que a aplicação para fins terapêuticos seja demasiadamente longa. Por isso, são apenas três os radionuclídeos emissores que tem sua aplicação de forma terapêutica, que são estudados no momento.

Radionuclídeos emissores de elétrons Auger

Estes elétrons tem uma capacidade ionizante baixa, quando se encontram situados no citoplasma celular. Porém, a mesma capacidade é elevada, quando incorporados em compostos que tem uma interação direta com nosso DNA.

Em relação a este último ponto, é importante destacar que ainda não existem radiofármacos comercializados que sejam emissores de elétrons Auger. Porém, esta é uma área em constante investigação.

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Importância da utilização de radiofármacos na medicina nuclear

Este é um ponto muito importante a ser destacado. A utilização de substâncias farmacológicas específicas, conhecidas como radiofármacos, é de vital importância para a medicina nuclear. Isso, pelo fato de que são eles que tornam exames de diagnóstico e tratamentos, possíveis e aplicáveis a um custo muito mais baixo.

Em termos sociais e mercadológicos, este é um ponto fundamental para a medicina nuclear. Por se basear em compostos químicos que são, muitas vezes, de fácil obtenção, a medicina nuclear tem procedimentos mais baratos do que outras especialidades, com um resultado muito próximo entre elas.

Por isso, é muito importante a utilização em paralelo, das práticas de medicina nuclear, com a utilização adequada dos radiofármacos. Desta maneira, não cabe apenas ao médico o entendimento e especialização neste ramo da medicina, mas também a outros profissionais envolvidos.

Os ganhos para o profissional que se especializa e se mostra competente na correta administração dos radiofármacos, são imensos.

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Referências

DILWORTH, J.R.; PARROT, S.J. The biomedical chemistry of thecnetium and rhenium. Chem. Soc. Rev., v. 27, p. 43-55, 1998.

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