Por que a vacina para a gripe possuí efeito menos eficaz em idosos

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Nos EUA o vírus da gripe infecta um quinto da população, mata milhões no mundo, em especial, os idosos. Um estudo publicado no dia 15 de dezembro de 2015 pela Cell Press apresentou que a vacina e menos eficaz na proteção dos idosos. Em uma forma mais amplas, os resultados apresentaram assinaturas moleculares que poderiam identificar quais indivíduos estão mais propensos a responderem a vacinação positivamente.

“Nós fornecemos uma nova evidência de uma ligação em potencial entre o estado inicial do sistema imunológico na capacidade de resposta da vacinação em idosos”, explicaram os autores do estudo, o co-sênior Shankar Subramaniam, da Universidade da Califórnia, San Diego, e Bali Pulendran, da Universidade de Emory. “Ao fornecer um quadro mais completo de como o sistema imunológico responde à vacinação, os nossos resultados podem ajudar a orientar o desenvolvimento de vacinas de nova geração que ofereçam imunidade duradoura e uma melhor proteção da população em situação de risco”.

Vacinas contra a gripe, que contêm proteínas encontradas na circulação das estirpes virais, oferecerem proteção por desencadear a produção de anticorpos proteínas – que ajudam o sistema imunológico a identificar agentes patogênicos e protegem contra doenças infecciosas. Sabia-se que a vacinação era menos eficaz em idosos, mas, até agora, os motivos que levavam a isso eram ainda desconhecidos.

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Para obter esses resultados, Subramaniam e Pulendran avaliaram a resposta da vacinação em 212 indivíduos, incluindo 54 idosos, nas temporadas de gripe entre 2007 e 2011. Eles também analisaram os dados publicados anteriormente para 218 assuntos adicionais. A partir dessa abordagem os pesquisadores identificaram as assinaturas moleculares presentes nas amostras de sangue recolhidas dias após a vacinação, prevendo com precisão que 80% dos vacinados poderiam produzir proteção imunitária quatro semanas mais tarde.

Dentro da semana de avaliação os indivíduos jovens mostraram níveis elevados de células B produtoras de anticorpos, enquanto que os idosos apresentaram níveis elevados de células do sistema imunológico chamadas monócitos, que desencadeiam respostas inflamatórias no corpo. “Juntos, esses resultados sugerem mecanismos potenciais pelos quais alterações à resposta inata no idoso pode resultar em respostas de anticorpos diminuída de vacinação”, disse Subramaniam.

Mesmo antes da vacinação, os níveis elevados de células B, em conjunto com os níveis baixos de monócitos e moléculas inflamatórias, foi possível prever a proteção de imunidade reduzida pela vacina quatro semanas depois. “Isso apoia a tese de as respostas inflamatórias no início do estudo podem ser prejudiciais para a indução de respostas de anticorpos induzidos pela vacina”, afirmou Subramaniam. “Embora seja cedo para sugerir abordagens terapêuticas complementares, tais como a redução da resposta inflamatória em pacientes idosos após a vacinação, esse seria um caminho valioso para seguir. Porém, é preciso ter mais tempo para pesquisar mais detalhes”.

Através dessas análises os cientistas também planejam fazer a mesma abordagem em outras infecções viras, como a febre amarela: “Analisando os dados dessa miríade genómica em conjunto com medidas fisiológicas, é possível ter um novo paradigma para futuros estudos sobre a gripe e demais infecções”. Porém, mesmo com resultados otimistas, ainda é preciso ter cautela nas aplicações dos resultados da pesquisa.

Fonte:  www.eurekalert.org

Por: Marina Caxias | Texto Aprovado pelo Conselho Científico do Instituto Biomédico – IBAP

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