Classificação e Níveis de Risco Biológico – Biossegurança

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Em nossa jornada pelo universo da biossegurança, já abordamos em nosso primeiro artigo o que é Biossegurança e por que ela é essencial (clique aqui para acessar). Falamos sobre a importância fundamental deste campo para a saúde pública e a segurança dos profissionais de saúde. Agora, vamos aprofundar nosso conhecimento e explorar a classificação e os níveis de risco biológico.

O que são Riscos Biológicos?

Riscos biológicos referem-se à exposição a organismos que podem causar doenças a seres humanos ou animais. Estes organismos, ou bioagentes, podem ser bactérias, vírus, fungos, entre outros.

risco biológico
fonte: https://upload.wikimedia.org

Classificação dos Riscos Biológicos

Os riscos biológicos são classificados em quatro grupos, de acordo com seu nível de perigo. Veja mais abaixo:

  1. Classe de Risco 1: Agentes biológicos que não estão incluídos nas classes de risco 2, 3 e 4 e para os quais a capacidade de causar doença no homem não foi reconhecida. A ausência de um determinado agente biológico nas classes de risco 2, 3 e 4 não implica a sua inclusão automática na classe de risco 1.
  2. Classe de Risco 2: Agentes biológicos que provocam infecções no ser humano ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem medidas profiláticas e terapêuticas conhecidas eficazes. Exemplos: Schistosoma mansoni e vírus da rubéola.
  3. Classe de Risco 3: Agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão, em especial por via respiratória, e que causam doenças potencialmente letais em humanos ou animais, e para as quais existem, usualmente, medidas profiláticas e terapêuticas. Os agentes biológicos representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. Exemplos: Bacillus anthracis e Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).
  4. Classe de Risco 4: Agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade, em especial por via respiratória, ou de transmissão desconhecida. Até o momento, não há nenhuma medida profilática ou terapêutica eficaz contra infecções ocasionadas por esses agentes biológicos. Eles causam doenças de alta gravidade em humanos e animais, tendo grande capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Essa classe inclui, principalmente, os vírus. Exemplos: vírus ebola e vírus da varíola.

classificação de risco biológico

Critérios para avaliação de risco dos agentes biológicos

Os principais critérios utilizados para a avaliação de risco dos agentes biológicos, conforme o documento Classificação de Risco dos Agentes Biológicos são:

  1. Infectividade: Capacidade do agente biológico de entrar, se multiplicar ou persistir no hospedeiro.
  2. Patogenicidade: Capacidade do agente biológico de causar doença em um hospedeiro infectado.
  3. Virulência: Gravidade da doença que o agente biológico pode causar.
  4. Disponibilidade de Medidas Terapêuticas e Profiláticas Eficazes: Existência de tratamentos ou medidas preventivas eficazes contra a doença causada pelo agente biológico.
  5. Modo de Transmissão: Forma pela qual o agente biológico é transmitido de um hospedeiro para outro.
  6. Estabilidade do Agente: Capacidade do agente biológico de permanecer viável e infeccioso em um ambiente fora do hospedeiro.
  7. Origem do Material Potencialmente Patogênico: Fonte ou origem do material que pode conter o agente biológico.
  8. Dose Infectante: Quantidade mínima do agente biológico necessária para causar infecção em um hospedeiro.
  9. Manipulação e Eliminação do Agente Patogênico: Forma como o agente biológico é manipulado e descartado.

Estes critérios são essenciais para determinar o nível de risco associado a um agente biológico e, consequentemente, as medidas de contenção necessárias para sua manipulação segura.

Para saber mais sobre a classificação de risco dos agentes biológicos clique aqui.

Níveis de Biossegurança

De acordo com os grupos de risco biológico, foram estabelecidos quatro níveis de biossegurança (NBS):

  1. NBS-1: Para agentes que não causam doenças em seres humanos saudáveis. Requer precauções laboratoriais padrão.
  2. NBS-2: Para agentes que podem causar doenças em seres humanos, mas o risco de propagação é limitado. Requer barreiras adicionais, como cabines de segurança.
  3. NBS-3: Para agentes que podem causar doenças graves e se propagar na comunidade. Requer instalações físicas adicionais, como sistemas de ventilação.
  4. NBS-4: Para agentes que representam um alto risco de transmissão de doenças fatais. Requer instalações de contenção máxima.

Importância da Classificação e dos Níveis de Biossegurança

A compreensão adequada da classificação e dos níveis de risco biológico é essencial para garantir que os profissionais de saúde estejam adequadamente protegidos contra possíveis ameaças. Além disso, ajuda a garantir que os procedimentos corretos sejam seguidos, minimizando o risco de contaminação e propagação de doenças.

Espero que este artigo tenha sido esclarecedor! Continue acompanhando nossa série “Guia Completo de Biossegurança para Concursos Públicos” para se aprofundar ainda mais no assunto.

Leituras Adicionais e Referências

  1. Centers for Disease Control and Prevention (CDC) – Biosafety in Microbiological and Biomedical Laboratories
  2. World Health Organization (WHO) – Laboratory Biosafety Manual
  3. Organização Pan-Americana da Saúde – Manual de Biossegurança
  4. Artigo: “Biossegurança: uma revisão integrativa”
  5. Livro: “Biossegurança em laboratórios biomédicos e de microbiologia”
  6. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/classificacao_risco_agentes_biologicos_1ed.pdf

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