Botulismo: o que é, sintomas, causas, diagnóstico, tratamento e prevenção

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Neste artigo vamos explicar tudo sobre o botulismo. O texto foi elaborado na forma de perguntas e respostas.

Abaixo estão algumas das perguntas para as quais você vai encontrar respostas.

• O que é botulismo?

• O que é uma intoxicação botulínica?

• Qual o agente etiológico do botulismo?

• Quais os tipos de botulismo?

• Quais os sintomas de botulismo?

• Botulismo infantil é grave?

• Mel pode causar botulismo?

• Qual o tratamento do botulismo?

• Botulismo tem cura?

• Quais as formas de contágio do botulismo?

• Qual o período de incubação do botulismo?

• Qual a forma de prevenção do botulismo?

• Como é feito o diagnóstico do botulismo?

Caso tenha alguma dúvida e não encontre a resposta, escreva nos comentários.

Boa leitura.

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O que é botulismo?

O botulismo é uma doença paralisante causada por uma bactéria anaeróbica, tendo como agente etiológico a bactéria Clostridium botulinum, essa bactéria libera neurotoxinas que bloqueiam as pré-sinapses nas placas motoras, inibindo a ação da acetilcolina, não produzindo o estímulo nervoso das fibras motoras. Os primeiros sinais clínicos são: a paralisia cranial seguida da paralisia muscular – sendo mais específico nos músculos que participam da respiração.

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O que é intoxicação botulínica?

A intoxicação botulínica ocorre quando há ingestão de um alimento contaminado com a bactéria C. botulinum, essa doença bacteriana não é contagiosa e está diretamente relacionada a problemas de conservação de alimentos, principalmente enlatados, há também casos de transmissão por ferimentos.

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Fonte: USCDCP, 2016.

Qual o período de incubação do botulismo?

Seu período de incubação e de 12-36 h, isto é, após o primeiro contato com a bactéria os sintomas neurológicos e gastrointestinais são percebidos através do comportamento do paciente que apresentarem sinais como: vertigem, tontura, náusea, vômito, dor abdominal, diarreia, dificuldade para respirar e infecção respiratória.
Para controlar o seu crescimento deve-se verificar o pH dos produtos alimentícios na faixa acima de 4,5, pois é um ambiente perigoso e suscetível ao crescimento microbiano. O processamento inadequado, junto ao hábito de não ferver os alimentos antes de consumi-los, aumenta significativamente as chances de um surto por DTA (Doenças Transmitidas por Alimentos).
O seu período de incubação está relacionado à forma de transmissão. Todas as formas de botulismo podem matar, caso não sejam tratadas corretamente, ou quando não considerado como emergência médica. A bactéria C. botulinum produz esporos anaeróbios, ou seja, sobrevivem em ambientes com o mínimo de oxigênio. Seus esporos podem ser propagados pela natureza, sendo possível estar presente em água não tratada, produtos agrícolas e intestino de animais.

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Fonte: NWSBA, 2020.

 

Quais os tipos de botulismo?

Botulismo alimentar

Quando ocorre a ingestão por alimentos mal conservados, os mais comuns são as conservas vegetais como picles e palmito. Já os alimentos de origem animal devem ser cozidos por pelo menos 15 minutos para garantir que as condições não estejam boas para o microrganismo – estes são exemplos de como manusear os defumados de forma artesanal, por exemplo salsichas, presuntos e carne em lata.
O C. botulinum possui um período de incubação de 12h – 36h, isto significa, desde a primeira exposição que o paciente teve com a bactéria até o aparecimento dos primeiros sintomas pode variar de 12h até 36 h. Caso a quantidade de microrganismo exposta seja maior, o período de incubação pode diminuir, assim apresentando sintomas em menos horas.

 

Botulismo por ferimentos

Esta é a forma mais rara de exposição à bactéria, quando o paciente entra em contato com produtos contaminados e possui úlceras crônicas, fissuras, ferimentos em partes do corpo que não estejam com irrigamento sanguíneo adequado, lesões nasais/sinusais, usuários de drogas injetáveis ou inaláveis. Neste caso o período de incubação da bactéria se varia de 4 dias – 21 dias.

 

Botulismo intestinal

A contaminação do paciente ocorre quando ingere um alimento com esporos presentes, mais comum acontecer em carnes, tais esporos se fixam no intestino onde acabam se multiplicando. No intestino há absorção das toxinas tendo um período de incubação que ainda não é estabelecido, porque não é impossível precisar o momento exato de ingestão dos esporos.

 

Botulismo infantil ou Botulismo do Lactente (BL)

Estes casos são em realidade o intestinal, porém ocorridos em crianças bebês de 3 semanas – 26 semanas. Os sintomas aparecem após 1 semana de exposição ao microrganismo, sendo constipação leve, fraqueza muscular discreta, dificuldade para se alimentar, irritabilidade, sucção fraca, choro fraco, seguidos de paralisia bilateral. Os sintomas podem progredir até a falta de ar, pois os músculos que participam da respiração são afetados diretamente pelas toxinas da C. botulinum.
Em países com a cultura de preparar conservas caseiras, foram identificados e relacionados os dados entre morte súbita de lactentes com a presença de esporos nas conservas comercializadas. Na Argentina foi realizado um estudo epidemiológico (já que ocupa o 2° lugar em ranking mundial em número de casos) com a coleta de dados entres os anos de 1982 – 2011, a população rural foi a que mais apresentou casos, no total foram registrados 658 casos.

Qual a forma de prevenção do botulismo?

Para a prevenção da intoxicação botulínica é necessário tomar alguns cuidados antes de consumir os alimentos. Os cuidados que ficam por responsabilidade do comércio são a distribuição e armazenamento dos produtos, ações como verificação de temperatura diária do ambiente e limpeza local. Em casa, é preciso ser cauteloso:
• O hábito de lavar cuidadosamente as mãos e a comida em casa são ações boas que nos protegem do botulismo;
• Caso a lata esteja estufada ou qualquer outro tipo de embalagem, não consumir de maneira alguma, pois as bactérias produzem gases, isto é, caso esteja estufada, significa que há presença de microrganismo no alimento;
• Produtos que não tenham uma procedência confiável devem ser cozidos por no mínimo 15 minutos, pois é um tempo seguro onde a alta temperatura é capaz de matar qualquer agente indesejado que possa estar presente no produto;
• Caso não vá consumir logo após a compra, os alimentos não devem ser armazenados em locais acima de 15 °C, a temperatura ambiente é um fator muito favorável para proliferação da bactéria;
• De modo algum dê mel para crianças com menos de 1 ano de vida, uma das principais causas de morte entre lactentes.

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Fonte: Romão, 2013.

Qual o diagnóstico e tratamento do botulismo?

Ao chegar no hospital o médico irá avaliar primeiramente os sinais físicos, como os reflexos, a capacidade de fala, sensibilidade muscular, seguindo para exames laboratoriais como de sangue e fezes, que possam detectar com precisão a presença ou não da bactéria.
Para seu tratamento deve-se administrar antitoxina o quanto antes para impedir a progressão da paralisia. Casos de intoxicação botulínica sempre devem ser considerados como de emergência, mantendo o paciente em Unidade Tratamento Intensivo até sua recuperação. Para eliminar de vez a toxina botulínica é necessário administrar por via intravenosa o Soro Antibotulínico (SAP), em conjunto com antibióticos em horários receitados pelo médico.

Referências

BOTULISMO: causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção. Ministério da saúde, Brasil. Disponível em:<https://saude.gov.br/saude-de-a-z/botulismo>. Acesso em: 30 de jun de 2020.

Mariela Tornese, M, et al. Epidemiología y factores de riesgo asociados al botulismo de los alimentos y al botulismo infantil: ¿Dónde y cuándo?. Revista chilena de infectología, fevereiro de 2008, Santiago, Chile. Disponível em: <https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?pid=S0716-10182008000100004&script=sci_arttext>. Acesso em: 30 de jun de 2020.

PERUFFO, M, V, et al. Botulismo del Lactante. Presentación de 3 casos y revisión bibliográfica, Revista Hospital Niños, Buenos Aires, Argentina, 2014. Disponível em: <http://revistapediatria.com.ar/wp-content/uploads/2014/08/08-Botulismo-del-Lactante-N%C2%BA-254.pdf>. Acesso em: 30 de junho de 2020.

Autora

Ana Carolina Alves Cordeiro – Técnico em Farmácia

 

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