Você Conhece as Boas Práticas Laboratoriais em Farmácias de Manipulação de Medicamentos?

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A manipulação de medicamentos é um trabalho minucioso. Ele deve ser feito por um profissional com conhecimentos técnicos e atenção contínua. Todo processo deve ser realizado um ambiente limpo, higiênico, ergonômico e favorável à prática da manipulação de medicamentos. Todas as questões e registros burocráticos, procedimento operacional padrão (POP) e outras legalidades devem ser seguidos. Também deve haver um protocolo de cuidados internos com regulamentação que orienta às boas práticas em manipulação de medicamentos.

Essa norma procura garantir padrões de qualidade, onde o medicamento será manipulado de forma segura e eficaz. Sempre em um ambiente apropriado e habilitado para satisfazer as necessidades da tarefa. Essas normas também têm como objetivo uma padronização de etapas e procedimentos. Todos esses processos visam reduzir riscos que possam afetar a qualidade do produto final.

Alguns quesitos devem ser adotados à risca, como: definição e sistematização nítida dos procedimentos de manipulação; Preenchimento adequado de formulários, fichas e folhas de processos; as etapas éticas da manipulação serão submetidos à avaliação sistematicamente; um registro de reclamação será implantado, além da investigação da circunstância recebida; a infraestrutura do laboratório deverá se adequar às normas vigentes, contar com materiais de embalagem, armazenamento e transporte, equipamentos, utensílios e instalações próprias e possuir profissionais qualificados e treinados pelo programa de treinamento que o próprio laboratório deve dispor.

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Estrutura física do laboratório de manipulação de medicamentos

As normas de Boas Práticas em manipulação preconizam que, na estrutura física deve haver:

– banheiros masculino e feminino;

– vestiário em que a troca da roupa pelo uniforme e calçados próprios para o trabalho seja possível, além de um armário para que os pertences dos profissionais possam ficar reservados;

– Sala de paramentação, onde será feita a colocação de equipamentos de proteção individual e a lavagem com sabonete antisséptico dos antebraços e das mãos e também a secagem dos mesmos de maneira antisséptica;

– Sala de armazenamento, onde será guardado o material de embalagem e a matéria prima, sendo conservados em ambiente seco e limpo, e em temperatura de acordo com o material armazenado, fato que seve ser documentado e monitorado constantemente;

– Sala de controle de qualidade;

– Sala de pesagem de matérias primas, mantendo o cuidado quanto às diferentes classes de medicamentos, o que altera os valores;

– Área reservada para quarentena, que é o lugar onde são conservados momentaneamente, materiais de embalagem ou matéria prima, antes que sejam aprovados pelo controle de qualidade;

– Local reservado para armazenar produtos para devolução, reprovados ou vencidos, estando estes, apropriadamente reconhecidos e isolados dos demais produtos, para que não possam ser usados;

– Salas de manipulação, que comportam laboratório de sólidos, semissólidos e líquidos, antecâmara ou cabines particulares para manipulação de citostáticos, antibióticos e hormônios.

– Sala para lavagem de materiais de embalagem e utensílios;

– Área de dispensação, serve como armazenamento de medicamentos terminados que estão à espera da dispensação e fornecimento de assistência;

– Depósito de material de limpeza;

– Área separada para guardar resíduos, onde serão mantidos, temporariamente, os resíduos resultantes do laboratório, preferencialmente, que possibilite a divisão por classe de resíduo;

– Sala para a prática administrativa.

 

Particularidades dos Ambientes no Laboratório de Manipulação de Medicamentos

É de extrema importância que cada ambiente possua suas particularidades, como o tipo de iluminação e ventilação, por exemplo. As áreas de manipulação, armazenamento e controle de qualidade, devem possuir tal proteção de forma que, em hipótese alguma, haja a entrada de animais como roedores, insetos, aves, e até mesmo deve estar imune à poeira.

Em toda a extensão, é fundamental que pisos, teto e paredes sejam laváveis de forma fácil, resistentes aos agentes sanitizantes, e sempre lisos, sem rachaduras e impermeáveis. Os ralos precisam ser do tipo sifonados, com tampas escamoteáveis.

O controle de Pragas e Vetores deve ser realizado e devidamente registrado sempre que necessário, onde a execução de qualquer prática em relação a esse controle seja feita por empresa licenciada e competente. De acordo com a legislação vigente, o sistema de combate a incêndio também é item essencial de segurança, sendo necessário também, profissionais capacitados e treinados para a condição.

 

Utensílios, materiais e equipamentos do laboratório de manipulação de medicamentos

Os utensílios, materiais e equipamentos devem constar em quantidade que esteja de acordo com a demanda e só podem ser usados após a limpeza, higienização e sanitização.

A calibração dos instrumentos de medição deve ser realizada ao menos uma vez ao ano, e por empresa certificada. O monitoramento e manutenção dos registros dos equipamentos nesse quesito, deve ser realizado diariamente por pessoal habilitado do próprio laboratório.

A geladeira deve constar temperaturas de 2°C a 8°C e ser supervisionada ao menos duas vezes ao dia e diariamente, sempre deixando os valores registrados.

Itens essenciais para o funcionamento do laboratório de manipulação de medicamentos são: Sistema de purificação de água; refrigerador para conservar produtos termolábeis; mobília e bancada apropriadas; termômetros e higrômetros; balança de precisão, com sensibilidade calibrada de acordo com os produtos a serem pesados; vidraria padronizada; peso padrão rastreável; Lixeiras com identificação, pedal, tampa e saco plástico; armário ou estante fechada para armazenar matérias primas sensíveis à umidade; e armário com chave para a conservação de produtos controlados.

 

Temperatura e grau de umidade do laboratório de manipulação de medicamentos

A temperatura e grau de umidade do ambiente interno devem estar controlados e adequados para cada tipo de procedimento e uso de matéria prima. Além disso, devem ser monitorados e registrados para que não ocorra conservação incompatível e decomposição de substâncias. Para isso, alguns parâmetros foram estabelecidos, conforme particularidades das substâncias. São eles:

– Calor excessivo: atmosfera acima de 40°C.

– Local quente: indica temperaturas entre 30°C e 40°C.

– Temperatura ambiente: temperatura normal, amena, de 15°C e 30°C.

– Local fresco: De 8°C a 15°C.

– Local frio: Temperaturas abaixo de 8°C.

– Refrigerador: temperatura fica entre 2°C e 8°C.

– Congelador: temperaturas de -20°C a 0°C.

 

Controle de qualidade do produto final 

Antes da entrega do medicamento, é fundamental a adoção de alguns passos de conferência para avaliar como está a qualidade do resultado dos diversos processos em etapas que ocasionaram o medicamento final.

 

Produtos semissólidos e líquidos

Em produtos semissólidos e líquidos, analisar a pesagem ou volume final; textura; cheiro; aparência; viscosidade; homogeneidade; pH; estabilidade; checar a receita quanto a requisição e o rótulo quanto a receita, verificando a fórmula, o uso, modo de usar, nome do prescritor, nome do paciente, data, validade; verificar limpeza e adaptação das embalagens; observar se há traços de instabilidade ou alteração da consistência do medicamento, além de impurezas, e existência de contaminantes, sendo achado quaisquer desses fatores, o produto deve ser retirado e refeito.

Conferir a limpeza do pote ou frasco e a sua vedação; observar a existência da necessidade de rótulos especiais com advertências ou precauções de uso como conservar em local refrigerado, ou agite antes de usar, entre outros, além da necessidade de alguma nota em particular, de acordo com o pedido da receita como aroma, essência, etc.;

Após a conferência de todo esse processo, é preciso registrar em formulário dados como número da requisição, data, horário, quantidade de fórmulas e nome do cliente. E em seguida, colocar esses medicamentos em prateleiras ao dispor do cliente, ou, se necessitar de conservação refrigerada, armazená-los em refrigerador específico para esta finalidade.

 

Produtos Sólidos

Os produtos sólidos possuem um sistema de conferência um pouco diferente em relação aos semissólidos e líquidos. Para esses tipos de medicamentos, é preciso, além de confirmar a requisição e o rótulo do produto em relação à receita, também verificar a quantia, fechamento, aparência e integridade de cápsulas, envelopes, etc., observando se há presença de impurezas, manchas, amolecimento, ou até mesmo a sua quebra; checar a quantia ou tamanho das cápsulas quanto à quantia de medicamento nelas existentes.

Observar rótulos informativos ou de advertência sobre número de cápsulas, fracionamento e de portarias especiais; verificar a coloração das cápsulas e conferir com a solicitação especial em receita de cápsulas brancas; guardar a receita carbonada ou azul, para enviá-las, posteriormente para o setor responsável; acrescentar sachês ou cápsulas de sílica gel, ou algodão, fechando o pote e, em seguida dar visto na etiqueta, vedando com plástico; Observar assinaturas do encapsulador e manipulador e, por fim, rubricar na etiqueta do processo.

O procedimento padrão final de registro e conservação do medicamento até o cliente vir buscar, é o mesmo que os produtos semissólidos e líquidos, comentados anteriormente.

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Esse assunto é extremamente importante, pois a área magistral oferece uma ampla gama de atuação. Além disso se trata de uma área extremamente dinâmica sendo necessários conhecimentos relacionados desde legislação até farmacotécnica. Essa é uma característica dinâmica reforçada pelas constantes atualizações da legislação vigente. Portanto para os profissionais que atuam nessa área o aprimoramento constante é uma peça chave para o sucesso profissional.

 

Referências

BUSANELLO, Cleangela et. al. Farmácia com Manipulação. 1 ed., Paraná, 2017.

ANFARMAG, Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais. Guia de boas práticas de manipulação em farmácias. Editora Iltda, 2 ed., São Paulo, 2012.

https://nccih.nih.gov/health/homeopathy

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