Ao contrário de recomendações, os antibióticos ainda continuam sendo prescritos para casos de bronquite

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De acordo com um estudo publicado no dia 21 de maio de 2014 na JAMA, apesar da clara evidência da ineficiência, diretrizes e mais de 15 anos de esforços educacionais informando que a taxa de prescrição de antibióticos para bronquite aguda deve ser zero, a taxa de prescrições foi de aproximadamente 70% entre 1996 e 2010, período de tempo onde foi constatado o aumento das recomendações não indicadas. Os dados são alarmistas e mostram um grande déficit na qualidade de assistência médica para com as pessoas que sofrem com bronquite.

A bronquite aguda é uma doença respiratória de tosse predominante que tem a média de duração inferior a 3 semanas. Durante mais de 40 anos, os ensaios mostraram que os antibióticos não são eficazes para o tratamento dessa condição clínica. Apesar disso, entre 1980 e 1999, a taxa de prescrição de antibióticos para a bronquite aguda registro números aproximados entre 60% e 80% só nos Estados Unidos da América. Durante os últimos 15 anos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla inglesa para Centers for Disease Control and Prevention) vem se esforçando bastante para reduzir a prescrição de antibióticos para a bronquite aguda. Desde 2005, a Healthcare Effectiveness Data and Information Set (HEDIS) afirmou que a taxa de prescrição de antibióticos para a bronquite aguda deve ser zero, de acordo com informações fornecidas do fundo no artigo.

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Michael L. Barnett, MD, e Jeffrey A. Linder, MD, MPH, do Brigham and Women’s Hospital, em Boston, avaliou a mudança nas taxas de prescrição de antibióticos para a bronquite aguda nos Estados Unidos entre 1996 e 2010. Para o estudo, os pesquisadores usaram os dados da pesquisa do National Ambulatory Medical Care Survey e do National Hospital Ambulatory Medical Care Survey, que são pesquisas anuais, representativos a nível nacional que coletam informações sobre os médicos, as práticas ambulatoriais, e departamentos de emergência (EDs – Sigla inglesa), bem como dados de nível de paciente, incluindo dados demográficos, razões para visitas, diagnósticos e medicamentos.

Os pesquisadores descobriram que das 3.153 amostras de pacientes com bronquite aguda entre 1996 e 2010, que preencheram os critérios de inclusão no estudo, a taxa global de prescrição de antibióticos foi de 71% com índices de aumente durante esse período de tempo de mais de dez anos. Houve um aumento significativo na prescrição de antibióticos em EDs. Os médicos prescreviam macrolídeos prolongados (um tipo de antibiótico) para mais de em 36% dos pacientes com bronquite aguda, e estendeu a prescrição macrólido com aumento de até 25% para os pacientes durante o de 1996 e 1998 para 41% entre 2008 e 2010. Outros antibióticos foram prescritos em 35% para os pacientes.

“Evitar o uso excessivo de antibióticos para a bronquite aguda deve ser uma pedra angular dos cuidados de saúde de qualidade. Uso excessivo de antibióticos para a bronquite aguda é simples de medir. Os médicos, o sistema de saúde, contribuintes, e os pacientes devem colaborar para criar mais responsabilidade e diminuir o uso excessivo de antibióticos”, concluíram os autores do estudo.

 

Fonte: www.eurekalert.org

 

Por: Marina da Silva Caxias | Texto Aprovado pelo Conselho Científico do Instituto Biomédico – IBAP

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