Uma nova esperança na corrida global para combater a nova resistência parasita da malária

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Cientistas da Universidade de Stanford, colaborando com o MRC em Cambridge, Universidade da Califórnia, São Francisco e as Unviersidades de Melbourne, fizeram um grande avanço na busca global para uma nova droga capaz de vencer a crescente resistência do parasita da malária. Os resultados foram pesquisados e descritos na revista Nature.

 

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O parasita da malária transita em mosquitos causando a morte de aproximadas 450 mil crianças todos os anos. Sua “versão” mais resistente torna os medicamentos antimalárico, a artemisinina, ineficazes ao seu combate. O parasita evoluído se desenvolveu no Sudeste da Ásia, e existe o temor de em breve chegar na África. A espécie mais resistente já se espalhou para seis países em cinco anos.

“A artemisinina causa danos às proteínas do parasita da malária que mata as células humanas, mas o parasita desenvolveu uma maneira de lidar com esse dano. Portanto, novos medicamentos que atuam contra o parasita resistente são desesperadamente necessários”, disse Prof. Tilley.

Os cientistas usaram tecnologia de ponta para poder desenvolver uma droga mais resistente para poder combater o parasita mais resistente. Essa nova droga tem como alvo o “depósito de lixo” do parasita, um complexo de proteínas conhecidas como proteassoma.

“A Proteassoma do parasita é como uma máquina trituradora, que mastiga proteínas danificadas ou usadas. Os parasitas da malária geram uma grande quantidade de proteínas danificadas quando eles mudam de uma fase para outra, e eles são muito dependentes da sua proteassoma, fazendo desse um alvo excelente para a droga”, completou o Prof. Tilley.

O desenvolvimento e os testes com a nova substância

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Usando um novo método desenvolvido na Universidade da Califórnia, em São Francisco, os pesquisadores da Universidade de Stanford purificaram a proteassoma do parasita da malária e examinaram sua atividade contra centenas de sequências de péptidos diferentes. A partir dessa informação, eles projetaram inibidores que atacam a proteassoma do parasita por enquanto que poupava da ação as enzimas do hospedeiro humano. O segredo da ação estava do alto nível de seleção de atuação da droga, que permitiu que a equipe de Stanford confirmasse que a droga pudesse ser utilizada em ratos infectados.

O grupo da MRC de Cambridge a técnica revolucionária chamada de “Single Particle Cryo-Electron Microscopy” para gerar em três dimensões a estrutura de uma proteína em alta resolução, baseada em milhares de imagens compostas. Essa foi a primeira vez que essa técnica foi utilizada para desenvolver uma droga.

O novo medicamento foi testado em glóbulos vermelhos infectados com parasitas pelo professor da Universidade de Melbourne, Leann Tilley, conselheiro de pesquisa do Instituto Laureate Fellow Bio 21. O professor descobriu que a droga era igualmente eficaz para matar os parasitas resistentes quando para os mais sensíveis.

“Os novos inibidores de proteassoma realmente completam a droga artemisinina”, disse Prof Tilley. “As artemisininas causam danos inibidores na proteína da proteassoma e a impedem de fazer a reparação. Uma combinação dos dois fornece um golpe duplo que pode resgatar a artemisinina como um antimalárico, restaurando sua atividade contra os parasitas resistentes”, completou.

Recentemente o professor e a sua equipe receberam 297 mil dólares do Fundo de Tecnologia Inovadora Global de Saúde para darem continuidade ao trabalho. O grupo também conta com a parceria com a gigante farmacêutica Takeda Pharmaceutical Company Limited e da fundação Medicines for Malaria Venture, que tem sede na Suíça.

“O próximo passo é fazer a triagem nas bibliotecas da Takeda para encontrar uma droga semelhante, que não afeta a proteassoma humana. A droga atual é um bom começo, mas ainda não é adequada para os seres humanos. Ela precisa ser capaz de ser administrada via oral e necessita durar um período prolongado na corrente sanguínea”, finalizou o Prof. Tilley.

 

Fonte: eurekalert.

Por: Marina da Silva Caxias | Texto Aprovado pelo Conselho Científico do Instituto Biomédico – IBAP

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