Possível marcador pode ser link recorrente de HPV com câncer de orofaringe

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Uma análise de anticorpos de infecção por HPV em pacientes tratados de câncer de orofaringe relacionado a infecção de HPV sugere que, pelo menos, um dos anticorpos pode ser utilizado como biomarcador para identificar o risco de uma recorrência do câncer.

A informação foi publicada na edição de fevereiro (2016) da Cancer Prevetion Research, a autoria é de cientistas da The Johns Hopkins University.

As infecções por HPV, que são praticamente todas transmitidas por relações sexuais, são responsáveis pelo recente aumento de câncer de orofaringe nos Estados Unidos, de acordo com o National Cancer Institute, e agora correspondem a cerca de 80% deste câncer.

As pessoas com tumores HPV-positivo de garganta, base da língua e amígdalas, têm taxas de sobrevivência mais elevada em comparação a pacientes com tumores semelhantes não causados pelo HPV. Porém, estudos recentes mostram que 25% dos cânceres de HPV-positivo tendem a retornar entre os dois primeiros anos após o tratamento.

“Atualmente não há testes confiáveis disponíveis para detectar o retorno, por isso esperamos encontrar um marcador biológico que poderia ajudar a identificar os grupos de risco”, diz Carole Fakhry, MD, MPH, professora associada de cirurgia de otorrinolaringologia de cabeça e pescoço na Johns Hopkins University School of Medicine e integrante da Johns Hopkins Kimmel Cancer Center.

 

O novo estudo sobre HPV e o câncer de orofaringe

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Para o novo estudo, Fakhry e seus colegas focaram sua atenção nos anticorpos e nas proteínas do sistema imunológico que o organismo produz para combater as proteínas cancerígenas relacionadas ao HPV. Um anticorpo, chamado E6, está fortemente ligado ao diagnóstico de câncer de orofaringe de HPV-positivos.

Os níveis de E6 deveriam cair após a cura do câncer, de modo que o aumento do mesmo no paciente após o tratamento pode indicar um risco que que a doença possa retornar.

Os pesquisadores olharam para os registros de saúde e amostra de soro sanguíneo de 60 pacientes com câncer de orofaringe HPV-positivo, com idade mediana de 56, a maioria caucasianos, para descobrir mais detalhes. Todos eram pacientes do hospital Johns Hopkins. Cerca de 43 dos pacientes tinham amostras de antes de seu tratamento, 34 tinham amostras colhidas até seis meses após a terapia, e 52 tinham amostras colhidas de seis ou mais tarde após a terapia. Entre os 60 pacientes, Fakhry e seus colegas identificaram seis casos de câncer recorrente dentro de uma média de 4,4 anos de acompanhamento após o tratamento.

Fakhry diz que o estudo é um início promissor para encontrar uma maneira de identificar os pacientes com o maior rico para uma recorrência de câncer através do uso de um teste de sangue, mas ainda se faz necessário obter mais dados para poder confirmar o E6 como um biomarcador. Uma das melhores maneiras de proceder, ela diz, seria a realização de um estudo do anticorpo em um grupo grande de pacientes desde o início do tratamento para determinar os níveis de E6.

Por não ser um padrão de avaliação de rotina, ainda é muito difícil estimar o custo e o tempo necessário para observar o comportamento dos anticorpos do HPV.  Ainda são necessárias mais pesquisas para poder determinar o caminho dos cuidados de acompanhamento dos pacientes para poder estimar o retorno do câncer.

“Potencialmente, um paciente de baixo risco pode precisar de supervisão menos rigorosa, enquanto um paciente de alto risco pode exigir uma análise mais intensa”, explica Fakhry. “Mas isso está longe de uma prática clínica, ainda seria preciso entender se essa abordagem hipotética – com E6 – iria melhorar o tempo de liderança para os resultados de diagnóstico de retorno e sobrevida”, concluiu.

 

Por: Marina Caxias | Texto Aprovado pelo Conselho Científico do Instituto Biomédico – IBAP

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